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Estado de Minas

Cálculo ajuda a otimizar transporte nas cidades

Estudo da Ufscar calcula a necessidade por transporte de massa em centros médios tem taxa de erro inferior a 10%, permitindo afinar oferta e demanda no sistema coletivo


postado em 02/03/2011 10:20 / atualizado em 02/03/2011 10:24

É difícil encontrar uma cidade nacional que não tenha sido marcada pelo crescimento desordenado. A falta de planejamento costuma atingir também outros setores, incluindo transportes urbanos, problema crônico dos países em desenvolvimento. Diante desse quadro, o economista e professor Dércio Terrabuio criou uma fórmula capaz de prever a demanda por transporte público urbano. O estudo promete ajudar a estruturar os serviços de acordo com a necessidade do momento. O cálculo foi criado como parte da dissertação de mestrado do pesquisador na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), no interior de São Paulo.

A cidade paulistana foi uma das quatro pesquisadas na lista que inclui também Araraquara, Jaú e São José do Rio Preto, todos centros médios, com população entre 120 mil e 220 mil habitantes.

"Procurei entre os fatores socioeconômicos aqueles que poderiam influenciar na demanda e determinei quais são os mais influentes, considerando cinco as principais variáveis: população, tarifa média, emprego formal, frota de duas e quatro rodas e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita", enumera Terrabuio, que leciona na Instituição Toledo de Ensino em Bauru e Botucatu e é consultor de perícia econômico-financeira para empresas.

Valendo-se do método quantitativo de previsão, que faz uso de dados históricos para prever dados futuros, o pesquisador buscou informações de três anos – de 2005 a 2007. A opção pelo estudo anual se deu pela complexidade dos cálculos mensais, tentados em um primeiro momento. O resultado é preciso: a taxa de erro encontrada na previsão é sempre inferior a 10%, permitindo afinar oferta e demanda de maneira anual. Atualmente, muitas empresas mudam a oferta apenas na hora de renovar a licitação. "Quanto melhor for o planejamento do transporte, mais pessoas perceberão a facilidade e optarão pelo coletivo", aposta o professor.

Os dados para compor o estudo foram recolhidos em múltiplas fontes. Do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vieram as informações sobre empregos formais (complementadas por dados do ministério do Trabalho e Emprego), população e Produto Interno Bruto. Por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, também do IBGE, o professor verificou as tarifas. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) foi a fonte dos dados sobre a frota de veículos, entre carros, motos, coletivos e outros. Mas, segundo ele, o mais difícil de arranjar foram os dados da demanda em números, repassadas apenas pelas empresas de ônibus. "As empresas nem sempre são claras, pois essa publicidade daria ao público o conhecimento do faturamento das transportadoras, que tem o contrato público da linha", critica o economista.

Entre os resultados encontrados nas cidades pesquisadas, a demanda pelo transporte coletivo tem diminuído, enquanto o transporte de duas rodas, crescido, com exceção de São Carlos. Ao contrário do que se poderia imaginar, o aumento de tarifas não leva à diminuição na demanda. "Para quem trabalha as empresas oferecem o recurso do vale-transporte. É justamente esse público, junto aos estudantes, que tem em geral passe gratuito, que formam o grosso do público-alvo", explica Dércio Terrebuio.

"Quanto maior a população, maior a demanda, que também é impulsionada até certo ponto pela distribuição da renda. Até certo ponto porque depois de determinado aumento, as pessoas passam a buscar o transporte individual, em geral insatisfeita com as condições do transporte local", diz.


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