Jornal Estado de Minas

Desafio e emoção real

Jorge Gontijo/EM/D.A Press
Músico profissional, Pedro Delgado também se diverte mas só joga com o joystick. Para ele, jogo testa a real habilidade musical do gamer

O músico Pedro Delgado, professor de violão e guitarra e integrante do Del Trio, grupo especialista em interpretações instrumentais de jazz e bossa nova, é também adepto de Guitar Hero. “Tenho o game em casa, para PlayStation 2, desde o ano passado e, sempre que o tempo permite, gosto de me divertir com ele. Como não tenho a guitarra de plástico, só jogo com o joystick, o que torna o game um pouco mais complicado para mim. A tocabilidade com a guitarra é maior do que com o joystick, principalmente à medida que a gente vai trocando de nível. A velocidade dos movimentos aumenta, obrigando-nos a ter mais habilidade e controle”, diz.
Para ele, Guitar Hero se destaca por apresentar seqüências extremamente rítmicas. Os níveis do jogo oferecem diferentes tipos de combinações, elevando o nível de dificuldade do gamer, que se não tiver um bom ouvido com certeza deixará de fazer uma boa execução e, conseqüentemente, não marcará pontos. “Conhecer músicas também ajuda, pois o repertório disponível geralmente apresenta os principais clássicos das bandas. Por falar em bandas, o lançamento do trabalho delas em games é excelente, tanto para elas quanto para nós. Os games estão se tornando ótimos veículos de promoção.”

Segundo Pedro Delgado, o game musical é um projeto muito bem pensado e executado, refletindo-se em fortes emoções até mesmo para quem já é músico, como ele. “A gente sente mesmo a sensação de estar, por exemplo, fazendo um solo no jogo. Quando há erro, o som sai mascado, demonstrando que houve falha na execução. Oferece realmente boas doses de realismo”, afirma.

Ele acha que jogos como Guitar Hero podem, sim, despertar a pessoa para a música, incentivando-a a aprender a tocar um instrumento real. “Só que são realidades totalmente diferentes. Como músico, o game em nada ajuda no meu desenvolvimento como instrumentista. É mesmo apenas diversão. Já para quem não toca nada, não deixa de ser um estímulo e uma ajuda, principalmente porque sua parte rítmica é perfeita, obrigando o gamer a ficar atento o tempo todo para não errar. Com isso, ele acaba treinando e desenvolvendo um bom senso de compasso. Tocar de verdade, entretanto, exige uma outra dinâmica. De qualquer forma, o realismo de tocar com a guitarra de plástico é capaz de cobrir qualquer frustração de quem não consegue tirar som de uma real”, assegura.