Cientistas franceses conseguiram reproduzir a microestrutura de asas de borboletas ou de folhas de lótus – ambas capazes de repelir água com eficiência – para criar um filme que pode ser a base de vidros "autolimpantes".
A pesquisa foi descrita em reportagem publicada na edição desta semana da revista New Scientist. A grande quantidade de protuberâncias na superfície das folhas de lótus e a estrutura parecida a um biscoito do tipo waffle nas asas de borboletas dificultam o espalhamento das gotas d'água.
Sem se espalhar ou ser absorvidas, essas gotas acabam simplesmente caindo das superfícies, levando com elas a sujeira que encontram.
Técnica barata
Para reproduzir esse efeito, os cientistas do Centro Nacional Francês para Pesquisas Científicas, em Aubervilliers, criaram uma técnica rápida e barata em que despejam um polímero líquido de silicone sobre uma asa de borboleta ou sobre uma folha de lótus.
Após a secagem, esse polímero sólido pode ser descolado da superfície e usado como um molde para a fabricação de um filme feito de metil-trietoxisilano, um agente usado na fabricação de vidro e que pode ser transformado em gel ao ser agitado.
O resultado é um filme ultrafino, de 900 nanômetros de espessura, que pode ser colocado sobre o vidro para recriar a superfície repelente a água.
Segundo os pesquisadores, a nova técnica pode substituir outros métodos já existentes para criar superfícies semelhantes, mas cuja fabricação era cara e complicada.