Uma nova pesquisa americana indica que pessoas que conseguem chegar aos 100 anos de idade podem ter maior propensão à depressão.
Os Estados Unidos têm cerca de 60 mil pessoas acima dos 100 anos de idade e o número deve quadruplicar, já que a expectativa de vida no país está aumentando e a geração que nasceu depois da 2ª Guerra Mundial deve chegar a idades mais avançadas.
Apesar disso, os estudos que se concentram totalmente em centenários são relativamente raros. "Centenários ainda são raros, e a depressão ainda não foi totalmente estudada neste grupo", afirma Adam Davey, que liderou o estudo.
Mortalidade
O estudo da Universidade Temple foi apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Gerontologia. Segundo a pesquisa, 25% das 244 pessoas analisadas apresentavam níveis "clinicamente relevantes" de sintomas de depressão. Mas apenas 8% relataram que tiveram um diagnóstico do problema.
"Descobrimos que é um problema pouco diagnosticado entre as pessoas com mais de 100 anos, mas ainda é um dos problemas mentais que podem ser tratados mais facilmente", diz Davey.
"As pessoas que sofrem de depressão tendem a um risco maior de mortalidade, então é incompreensível observar altos números (da doença) entre os mais velhos", acrescentou.
Para Marjorie Wallace, da organização britânica Sane, que atua no setor de saúde mental, lembra que, quando não tratada, a depressão pode ter "conseqüências profundas".
"Com uma população cada vez mais envelhecida, é vital que os governos forneçam o tratamento adequado para a doença, não importando a idade da pessoa", diz Wallace.