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Estado de Minas

Pesquisadores ganham prêmio com estudo sobre relação entre tuberculose e alergia

Iniciação científica desenvolvida na FMRP verificou que camundongos alérgicos infectados com tuberculose têm melhora nas doenças


postado em 17/11/2008 12:08 / atualizado em 08/01/2010 04:02


Qual a relação da asma com a tuberculose? Trabalho de iniciação científica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) mostrou melhora nas respostas imunológicas geradas nestes dois modelos de doenças experimentais. O projeto, desenvolvido pela estudante de Ciências Biológicas, Lívia Weijenborg Campos, foi premiado com o segundo lugar do Destaque do Ano em Iniciação Científica 2008 - Área de Ciências da Vida, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no início do mês.

O objetivo do trabalho Avaliação da resposta imune em modelo de co-inflamação alergia x tuberculose baseou-se na questão de até que ponto a eficácia de uma vacina contra a tuberculose, poderia ser comprometida em pessoas portadoras de alergia. "A tuberculose e a alergia ativam o sistema imunológico de maneira distinta e a resposta imunológica de uma doença poderia interferir na outra", explica Lívia.

Estudos anteriores mostravam que camundongos que entravam em contato com diferentes microorganismos como micobactérias, por exemplo, que constituem a vacina BCG, quando eram submetidos à indução da alergia, apresentavam redução do quadro alérgico. Portanto, poderia existir uma relação inversa da alergia e tuberculose experimental e foi isso que a estudante observou na primeira fase da pesquisa.

"Primeiro, os camundongos foram submetidos a um protocolo de indução de alergia compatível com a asma e depois os mesmos foram infectados com o bacilo causador da tuberculose Mycobacterium tuberculosis", afirma Denise Morais da Fonseca, que também participa diretamente do desenvolvimento desse estudo. "Observamos que os camundongos tiveram a resposta esperada, isto é, redução do quadro alérgico e progressão da tuberculose, então, decidimos inverter o processo", diz Denise.

Na segunda fase, os animais foram primeiramente infectados e depois passaram pela indução da asma experimental. Segundo Denise, que acompanhou a pesquisa, quando o processo foi invertido "o resultado foi surpreendente, ambas as doenças melhoraram".

Infecção
Para infectar os camundongos com os bacilos que causam a tuberculose, Lívia conta que no Núcleo de Pesquisas em Tuberculose (NPT) da FMRP existem os estoques de suspensões de Mycobacterium tuberculosis. A infecção ocorre por meio da administração de uma solução contendo as micobactérias nas narinas dos camundongos de modo que ao ser inalada chegue ao pulmão. Todo esse processo é realizado numa sala de adequada para a realização de procedimentos com esse tipo de microorganismo. No caso da alergia, primeiro é necessário sensibilizar o animal; só então, ele é desafiado com o alérgeno, uma proteína chamada ovalbumina, pela via intranasal, de modo que a inflamação também ocorra no pulmão.

O resultado da pesquisa é promissor, porém, preliminar. "Ainda temos que estudar qual mecanismo está por trás desse efeito protetor na tuberculose conferido pela alergia", alerta Denise. Analisando os resultados, as alunas Lívia e Denise, e a orientadora Vânia Luiza Deperon Bonato, professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia da FMRP, já têm em mente os fatores que podem conferir tal proteção, que faz a tuberculose regredir, mas ressaltam que ainda é cedo para respostas, sendo a hipótese o objeto de estudo de Lívia, que pretende iniciar o mestrado no início do ano que vem.

 


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