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Estado de Minas

Poder de fogo

Câmera semiprofissional consegue bons resultados com recursos sofisticados e mais simples de usar


postado em 30/10/2008 11:46 / atualizado em 08/01/2010 04:08

Lumix G1 vem em três cores: preta, azul e vermelha (foto).
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Osaka
– O típico barco para turistas flana pelo Rio Yodogawa, que corta um pedaço generoso da cidade de Osaka, no Japão. Sob um sol desnecessário, jornalistas de 17 países recebem, cada um, a novíssima Lumix G1, da Panasonic, de 12MP, para um “test-drive”. Ou test-shoot, no caso de uma câmera digital. A vista da cidade ajuda um bocado, os aspirantes a fotógrafos nem tanto. Centenas de disparos mais tarde, os responsáveis pelo desenvolvimento da câmera recolhem os equipamentos, liberam os cartões de memória, mas avisam: “Pedimos aos senhores que, se forem publicar alguma foto desta tarde, não ampliem demais as imagens porque esse modelo que vocês usaram ainda está em fase de testes”.

O nível de preocupação da empresa com a primeira leva da série Lumix G1 é proporcional ao principal investimento feito para desenvolver a máquina: pesquisa. A Panasonic encomendou um amplo levantamento para saber como melhorar a experiência de fotografar o dia-a-dia. Resultado: descobriu que, mais de uma década depois da popularização das digitais (pelo menos nos Estados Unidos e no Japão), os usuários até estavam empolgados em pular das point-and-shoot, aquelas câmeras fininhas que cabem no bolso, para um modelo mais encorpado e com recursos profissionais. Só que dois fatores principais ainda afastam quem quer vender de quem quer comprar: tamanho e complexidade dos comandos.

O Viewfinder (no detalhe) é uma das novidades e exibe as imagens como se fosse uma minúscula tela de LCD auxiliar

Basicamente, a G1 surgiu daí. Não que ela seja revolucionária — o mercado vem tentando acertar nesse segmento intermediário não é de hoje (veja no quadro acima as principais concorrentes das Lumix G1). Mas a palavra-chave para a empresa é “equilíbrio”. E, nesse aspecto, a G1 chega com alguns recursos interessantes. O principal deles é o tamanho. A Panasonic desistiu do “R” das SLRs (reflex) e sumiu com o bom e velho “espelhinho”. Para isso, adotou o sistema Micro Four Thirds System na captura da imagem, marca registrada da Olympus, e conseguiu diminuir o corpo da máquina, já que usa um número menor de componentes. O outro é o view finder, aquele espaço em que posicionamos um dos olhos para mirar a imagem. Ele ganhou o codinome Live e agora exibe a imagem como uma minúscula tela digital. Note, nas imagens acima, como ele não é vazado.

Com a ajuda de um sensor — semelhante ao que o iPhone usa para detectar se o celular está ou não colado ao rosto —, o Live View Finder liga e desliga automaticamente assim que a pessoa aproxima os olhos para visualizar a imagem a ser fotografada. Para completar o pacote “amigável” da G1, estão lá todas as gentilezas disponíveis nas point-and-shoot mais avançadas. O intelligent auto (iA) — modo automático que detecta movimentos do objeto, faz a correção da luz e evita fotos tremidas —, o auto-foco avançado, que rastreia o assunto principal mesmo que ele se mova na cena, os já tradicionais face detection e controle de cores (p&b, sépia etc.), e uma nova aquarela para quem deseja ir além da câmera preta tradicional: as Lumix G vêm também com o corpo vermelho ou azul.

Outra boa sacada que acabou integrada à G1 é a espaçosa tela de LCD de 3 polegadas que se move em 180 graus horizontalmente e 270 verticalmente. Ela já era recurso obrigatório nas antigas Canon semiprofissionais (G5 em diante) e também equipa a atual linha Sony Alpha, mas continua a ser um conforto extra quando uma foto precisa ser tirada do alto ou no chão, por exemplo.

PORTA DE ENTRADA

Brinquedo nas mãos, a primeira sensação é de controle. Como os comandos são similares aos das câmeras menores, quem se aventurar na produção de imagens mais elaboradas não deve se enrolar. Nem se optar pelo foco manual. Nesse aspecto, a empresa parece ter acertado. Se o público-alvo é aquele fotógrafo caseiro que pretende dar um upgrade no seu álbum digital e quer comprar pela primeira vez uma máquina com lentes intercambiáveis, a Lumix G1 pode ser uma porta de entrada.

O sol que queima a cidade de Osaka não coopera muito, e depois de algumas fotos, é possível notar que o intelligent auto da máquina pode até ser bem esperto, mas não é mágico. Algumas imagens ficam escuras demais apesar de todo o esforço da câmera. E é aí que entra o controle manual. Corrigir a exposição é muito simples e, como todos os testes de abertura e velocidade do diafragma podem ser visualizados no modo preview, fica mais fácil saber se sua brincadeira vai resultar numa foto decente.

Com previsão de chegada ao mercado americano no mês que vem, mas ainda sem data para estrear na América Latina, a G1 vai custar, lá fora, cerca de US$ 799. No modelo testado pelo Informátic@ dois pontos negativos chamaram a atenção. O tempo de “recuperação” da máquina ainda não era dos melhores. Depois do processamento da imagem, ela ainda engasgava algumas frações de segundo até estar pronta para uma nova foto. É possível que o produto final receba uma acelerada nesse tempo.

O outro é decisão definitiva: a Panasonic, pelo menos nessa G1, deixou de lado as poderosas lentes Leica, que vinham equipando outras séries da marca até então. Se as lentes proprietárias da fabricante japonesa serão suficientes para se igualar às da Leica, só o modelo definitivo e suas imagens ampliadas irão dizer.

* O jornalista viajou a convite da Panasonic do Brasil

AS PRINCIPAIS RIVAIS

Sony/Divulgação
Sony Alpha 350
A Sony entrou com tudo no mercado das máquinas compactas com lentes intercambiáveis. Primeiro foi a Alpha 100, pioneira de uma família que já conta com cinco modelos, até a Alpha 900, parruda e bastante profissional. O meio-termo é a Alpha 350. Ela é uma SLR, o que a deixaria longe da G1, especialmente por ser maior, mas que se tornou um dos maiores sucessos da marca.
 


Nikon/Divulgação
Nikon Coolpix P80

A P80 aproxima-se mais da “ideologia” da Lumix G1, que pretende ser compacta e avançada ao mesmo tempo, embora seja um lançamento deste ano, não parece ser uma das grandes apostas da Nikon. A fabricante ainda joga as fichas na P6000, que acabou de sair e chega para substituir a bem-sucedida P5600.

Canon/Divulgação
Canon Powershot SX10 IS
Outra que acabou de sair do forno e deve brigar com a eterna rival Nikon. Investe no zoom óptico de 20x e no sistema de processamento de imagens Digic 4, que é um dos maiores investimentos da Canon no ano. É a substituta natural da versátil SX5 IS.-->


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