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Estado de Minas

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postado em 30/10/2008 11:39 / atualizado em 08/01/2010 04:08

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Bárbara quase nem acreditou quando viu que poderia jogar Sonic no celular
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Bastaram duas sílabas. A atriz e publicitária Bárbara Amaral percebeu que tinha redescoberto o Sonic, no celular, quando jogou o game pela primeira vez e reconheceu, logo de cara, a clássica vinheta da produtora: Se-gaaa! “Até a vinhetinha é igual, quando você liga! Quase chorei quando vi que era o mesmo jogo”, brinca. De acordo com João Marcos Oliveira, gerente-geral da TecToy Mobile, fidelidade é palavra de ordem na hora de transferir os games clássicos para o suporte móvel: “O Sonic do Mega Drive é o mesmo Sonic que tem no celular. Obviamente você não tem o controle na sua mão, mas a jogabilidade é exatamente a mesma, assim como os gráficos e a resolução”.

É exatamente esse processo de adaptação que os técnicos chamam de porting, o grande responsável por fazer com que, nos celulares, os jogos clássicos abram larga vantagem sobre os novos. Oliveira explica que jogos mais sofisticados precisam sofrer alterações mais perceptíveis, mudando, às vezes, radicalmente a jogabilidade e, fatalmente, a qualidade dos gráficos. Os clássicos se mantém na mesma boa forma de sempre – os gráficos e sons de outrora conseguem ser transpostos para os telefones móveis sem grandes mudanças. As adaptações são muitas, mas, para o usuário final, ficam imperceptíveis.

O próprio Oliveira confessa que é um jogador inveterado. “Lembro-me quando, criança ainda, ganhei o MasterSystem e passava horas tentando zerar o jogo. Quando baixei o Sonic no celular, foi exatamente a mesma coisa”, conta. “A diferença é que antes era minha mãe que mandava parar, dessa vez foi a minha mulher”, emenda. Bárbara, por sua vez, desistiu de zerar o jogo, que, ela garante, dominava na infância. “Não sei se foi o jogo que ficou mais difícil no celular ou sou eu que envelheci e fiquei mais burra”, se diverte. Fato é que o Sonic da Bárbara sempre morre afogado na primeira fase. “Criança tem todos os macetes, né?”, desconversa.

JÁ QUE NÃO TÔ FAZENDO NADA…

“O apelo é muito grande porque são poucas as pessoas que têm tempo sobrando. Então jogar para desestressar está virando uma prática muito comum para quem está na faixa etária dos 25, 30 anos”, diz Rosilane Mota, coordenadora do curso de jogos digitais da PucMinas. Ela exemplifica com o jogo da cobrinha – o dos celulares – clássico “entretenimento de sala de espera de dentista”.

De fato, a prática despojada dos joguinhos encontrou eco em um dos maiores fenômenos da web 2.0.: as redes sociais. Entre os novos aplicativos do Orkut, por exemplo, estão games clássicos com personagens emblemáticos como Sonic, Mario e Prince of Persia. Embora não sejam títulos oficiais, são produzidos com o engajamento de amadores que seguem à risca a paixão pelos clássicos e garantem versões bem similares às legítimas.

Os gadgets do Orkut fazem parte da plataforma OpenSocial, em que programadores do mundo inteiro podem disponibilizar suas pequenas criações. Bricks, PingPong, Tetris e Arkanoid também estão por lá. A principal vantagem é incluir o jogo diretamente na sua página pessoal e poder jogar os jogos favoritos dos seus amigos. Um ranking com a pontuação também é compartilhado com os usuários participantes. Quando cai na rede, a febre dos games antigos ganha uma dimensão tão repaginada quanto as novas versões dos clássicos: em vez de reunir os amigos da rua e revezar o controle a cada nova “vida ou fase”, na web todos jogam juntos, em uma espécie de homenagem on-line, um brinde de vida longa à nostalgia.-->


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