Jornal Estado de Minas

No mundo da lua

Operação Cosmos faz estudante trocar a carteira escolar pelos planetas do sistema solar

Fred Bottrel
Reprodução/Operação Cosmos
No comando de uma aeronave, herói/aluno aprende conceitos de física, importantes para sua vida estudantil

Em outros tempos, se um estudante estivesse no mundo da lua, provavelmente ele poderia levar uma “ocorrência disciplinar” ou ainda uma “nota vermelha”. Hoje, com as “notas vermelhas” já aposentadas, estar no mundo da lua (virtualmente, pilotando uma nave de um game educativo) pode ser a nova fronteira do aprendizado. Quem disse que para aprender matemática, física e astronomia é preciso sentar em uma cadeira, ouvir o professor falar e depois ler apostilas e livros pode até não estar completamente equivocado, mas é bom fazer uma atualização nesse esquema.
Jogos educacionais, como o lançamento Operação Cosmos – A ameaça da gigante vermelha, por exemplo, permitem que o estudante troque a carteira da escola por ambientes como a Lua e outros planetas do sistema solar. Esses são os cenários da aventura virtual que o game propõe, como pretexto para a apreensão de vários conteúdos curriculares.

A equipe responsável pela criação do game reuniu engenheiros, designers, jornalistas e pedagogos, além de contar com a participação do físico brasileiro Marcelo Gleiser, professor de física e astronomia no Dartmouth College, em New Hampshire (EUA) e entusiasta dos jogos educacionais. O maior objetivo era tornar o game realmente empolgante, e não apenas um amontoado de conteúdo informativo. “Esse não é um produto estritamente didático, como aqueles jogos chatos e simplistas em que o estudante fica entediado. É divertido, tem uma história inteligente e o jogador vai aprender conceitos de física e astronomia brincando”, aposta Gleiser.

Meteorito descoberto em Júpiter deflagra aventura

Em Operação Cosmos, o jogador entra na pele de Eco Luz, um cadete brasileiro convocado a investigar um misterioso meteoro recém-descoberto em uma lua de Júpiter. A ação se passa em 2250 e o herói deve enfrentar uma poderosa corporação marciana, de olho grande no meteoro. Para isso, ele conta com a ajuda da comunidade científica Operação Cosmos, guardiã do bem-estar no universo. Esse é o roteiro, que o jogador explora em uma interface que lembra um laboratório virtual.

Para avançar na história, é preciso resolver problemas de estratégia e de cálculo, acelerando o aprendizado, de acordo com os criadores. “Caso o estudante não consiga resolver os problemas do jogo, ele vai se esforçar para buscar o conhecimento por motivação própria”, acredita Silvana Nuti, escritora envolvida na criação da aventura interativa do catete Eco Luz.Essa mudança de postura provocada pelo game é a menina dos olhos na aliança entre jogos e educação, de acordo com Gleiser: “Um dos maiores desafios da escola é justamente sua estrutura passiva: alunos são essencialmente receptores de informação. Com bons softwares educativos, isso pode mudar, com um processo de aprendizado mais ativo e, de quebra, divertido”.

Avaliação A nota vermelha está aposentada, mas a avaliação ainda é fundamental ao processo de ensino e de aprendizagem. Por isso, o Operação Cosmos vem com um aplicativo que mede os conhecimentos efetivamente adquiridos, a partir do próprio desempenho no jogo. Baseado nos princípios do cientista britânico Robert Winston, a ferramenta permite, por exemplo, que uma secretaria de educação compare o desempenho dos alunos entre salas de aula, escolas e regiões, de acordo com os desenvolvedores. A idéia é que, a partir dos resultados, a equipe pedagógica possa redefinir estratégias de ensino.

www.operacaocosmos.com.br