A boa fase continua. No duelo de multicampeões nacionais ontem, o Cruzeiro mostrou segurança e venceu o Grêmio por 1 a 0 no Independência, pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O estádio recebeu mais de 21 mil torcedores, que vibraram muito com o triunfo, construído a partir do gol, contra, marcado por Rodrigo Ferreira. Foi a terceira vitória consecutiva da equipe celeste na Segunda Divisão – a Raposa não conseguia tal sequência desde as três rodadas iniciais da edição de 2020.
O resultado faz o Cruzeiro subir para a vice-liderança, com 13 pontos, como o líder Bahia, que tem vantagem no saldo de gols (sete a três).
Com quatro vitórias e um empate em seis jogos, o Cruzeiro tem o melhor começo na Série B desde que foi rebaixado, em 2019. O time comandado por Paulo Pezzolano também venceu Brusque, Londrina e Chapecoense, além de empatar com o Tombense. Perdeu apenas a primeira partida na competição, para o Bahia, por 2 a 0, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
A campanha deste ano é muito superior à do ano passado, quando a Raposa somou seis pontos e conquistou apenas uma vitória nos seis primeiros jogos. Mesmo em 2020, quando venceu as três primeiras partidas, o Cruzeiro não somou tantos pontos. Foram 10 na ocasião, sendo que a equipe começou a campanha com menos seis pontos, pela punição por não pagar uma dívida ao Al Wahda, dos Emirados Árabes.
Outra marca atingida pelo clube neste ano foi a de entrar no G-4 pela primeira vez. Além disso, os celestes estão invictos há cinco jogos.
Antes de voltar a jogar pela Série B, o Cruzeiro entrará em campo pela partida de volta da terceira fase da Copa do Brasil. Nesta quinta-feira, às 19h30, receberá o Remo, no Independência. Na ida, os paraenses venceram por 2 a 1.
Já pela sétima rodada da Segunda Divisão, o Cruzeiro visita o Náutico nos Aflitos, domingo, às 16h.
CONTROLE
Cada espaço do gramado do Independência foi disputado intensamente pelas equipes desde que a bola rolou. Nos primeiros minutos, o clássico nacional chegou a ser mais “brigado” do que jogado. Em meio a faltas, cartões e lances ríspidos, o Cruzeiro era ligeiramente superior ao Grêmio. Os avanços dos alas Geovane e Matheus Bidu exigiam atenção especial da defesa gaúcha.
Nesse cenário e em meio a pouquíssimas chances de gol, o Cruzeiro abriu o placar aos 26min. Matheus Bidu avançou pela esquerda e cruzou rasteiro. Rodrigo Ferreira tentou cortar, mas empurrou contra as próprias redes: 1 a 0.
Daí em diante, o controle celeste aumentou, embora as chances de marcar continuassem raras. Já o Grêmio pouco conseguiu fazer, seja buscando contra-ataques, seja no ataque posicional.
Na volta para o segundo tempo, o tricolor tentou ser mais ofensivo. O técnico Roger Machado substituiu Lucas Silva por Gabriel Silva e tentou subir as linhas. Com isso, seu time melhorou e quase empatou, em bela finalização de Elias.
O maior volume gremista fez Paulo Pezzolano responder com alterações defensivas. O Cruzeiro não conseguia criar, mas ao menos não permitia grandes oportunidades ao adversário. Recuado, o Cruzeiro manteve o resultado até o fim, apesar da pressão do Grêmio nos minutos finais.
Pezzolano destaca primeiro tempo
O técnico Paulo Pezzolano começou bem o trabalho no Cruzeiro, mas uma coisa o incomodava: não ter conseguido vencer América ou Atlético. O triunfo em clássico regional ainda não chegou, mas o 1 a 0 sobre o tradicional Grêmio o deixou mais tranquilo. O resultado foi muito festejado por jogadores, comissão técnica e torcida, como se fizesse parte de uma virada do time celeste em sua trajetória na Segunda Divisão.
“Eu necessitava ganhar um clássico. Esse para mim foi um clássico. Jogamos como se fosse um clássico. Dessa maneira também se ganha um clássico e se é superior ao rival. Nos primeiros 45 minutos, fomos superiores. No 45s segundos, por momentos eles foram superiores e por outros nós fomos superiores. Mas foi um jogo muito disputado e lindo de se ver”, disse o uruguaio.
Para o comandante celeste, fica a boa impressão deixada pela Raposa na parte inicial do jogo. “Gostaria de ter jogado todo o jogo como no primeiro tempo: bloco alto e jogo controlado. Mas, às vezes, não dá e temos que fazer outra coisa. Então, podemos começar a trabalhar isso: se fizermos um gol rápido, tentar seguir jogando igual”, projetou Pezzolano.
Ele disse que o time tem de mostrar alternativas para os momentos em que não encontrar muitos espaços em campo e afirma que oscilações serão naturais ao longo da Série B: “Por mais que nos pressionem, é tentar buscar o espaço para ter a bola. O time está evoluindo, mas com muita tranquilidade. É muito longo (o campeonato). Por mais que ganhemos, a equipe vai oscilar. Não esperem outra coisa. A equipe vai oscilar, sabemos que vai ser assim”.