Jornal Estado de Minas

CRUZEIRO

Cruzeiro marca reunião para votar possível expulsão de Wagner Pires de Sá


O Conselho Deliberativo do Cruzeiro se reunirá em 18 de outubro, no Parque Esportivo do Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para votar a possível expulsão do ex-presidente Wagner Pires de Sá do quadro social do clube. O encontro acontece um ano e nove meses após a renúncia do antigo mandatário. 






A convocação foi feita pelo presidente do Conselho, Nagib Simões, e teve como base parecer entregue nesta semana pela Comissão de Ética, Disciplina e Corregedoria do Cruzeiro.

De acordo com o edital, Wagner, que hoje é Conselheiro Benemérito, será julgado por seus pares, entre outros motivos, por eventual "falta de natureza grave" cometida ao longo do mandato. Ele esteve no cargo entre entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019, quando renunciou ao lado de seus dois vices, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata.

Internamente, as principais lideranças do Conselho Deliberativo do Cruzeiro entendem que não há forma de Wagner escapar da exclusão definitiva, ainda que o ex-presidente siga com apoio de parte dos integrantes do órgão.  

Gestão Wagner

Wagner Pires teve a gestão marcada por  gastos exacerbados com salários , serviços terceirizados, comissões e  cartões corporativos . Em dois anos, a dívida total do clube saltou de R$400 milhões para mais de R$1 bilhão.





Segundo relatório da Kroll, empresa especializada em consultoria de riscos, as despesas de Wagner Pires de Sá superaram R$1,18 bilhão no biênio 2018/2019 - 53% a mais que os R$770 milhões na 'era' Gilvan de Pinho Tavares, em 2016/2017.

O modus operandi trouxe um título da Copa do Brasil (2018) e dois do Campeonato Mineiro (2018 e 2019), porém impactou no rebaixamento à Série B, em 2019, e mergulhou o clube em uma crise financeira sem precedentes.

Na Justiça, Wagner é réu, desde o fim do ano passado, de denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais. Ao lado de Itair Machado, ex-vice de futebol, Sérgio Nonato, ex-diretor-geral, além de outros empresários e dirigentes, ele responderá por até quatro crimes: lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e organização criminosa. Segundo o MPMG, o rombo inicial nos cofres do clube foi estimado em R$ 6,5 milhões.

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