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Estado de Minas COPA AMÉRICA

Triste como um tango

Brasil perde final da Copa América para a Argentina, frustrando sonho do bi. Hermanos quebram tabu de 28 anos e Messi ergue primeiro troféu pelo país


11/07/2021 04:00 - atualizado 11/07/2021 01:30

Festa dos argentinos, numa partida que teve público de 6.500 pessoas, foi garantida com gol de Di María ainda na etapa inicial(foto: Fotos: MAURO PIMENTEL/AFP)
Festa dos argentinos, numa partida que teve público de 6.500 pessoas, foi garantida com gol de Di María ainda na etapa inicial (foto: Fotos: MAURO PIMENTEL/AFP)


No duelo entre Brasil e Argentina, na final da Copa América de 2021, a festa foi dos hermanos, que venceram por 1 a 0, gol de Di María, na noite de ontem, no Maracanã. Melhor para Messi, de 34 anos, que pela primeira vez levantou um troféu com a camisa albiceleste, depois de amargar vices como na Copa do Mundo de 2014 e da própria competição continental em 2007, 2015 e 2016. Pior para Neymar, ex-companheiro do argentino no Barcelona, que segue sem ter o título sul-americano com o Brasil – na conquista de 2019, ele não atuou por ter sofrido contusão no tornozelo direito às vésperas da disputa.

É verdade que o craque nascido em Rosário não brilhou, mas tirou um enorme peso das costas. Ajudou a colocar fim a jejum de 28 anos, pois desde 1993 a Argentina não era campeã de um torneio oficial. Já o ex-santista precisará continuar lutando para ter maior reconhecimento em um momento em que não só o argentino, mas também Cristiano Ronaldo, estão próximos de se retirar dos gramados ou, no mínimo, de deixarem de ser protagonistas.

Ambos saíram do gramado chorando. O argentino, de felicidade. O brasileiro, de tristeza. Antes, se abraçaram por um bom tempo, sabedores da grandeza do espetáculo que proporcionaram.

“É uma coisa inesquecível. O Messi me agradeceu, eu agradeci a ele. Ele falou que esta era minha final, a revanche, porque eu não pude jogar as finais (da Copa América) contra o Chile (em 2015 e 2016) e a da Copa do Mundo aqui (no Brasil). E hoje estive (em campo). Essas coisas me fazem pensar o que teria ocorrido se eu estivesse nas outras finais...”, afirmou Di María, autor do gol, companheiro de Neymar no PSG, da França.

Pelo lado do Brasil, fica a resignação de saber que a equipe tem condições de fazer mais. “A gente tem de felicitar primeiro tempo da Argentina. Não fomos o Brasil que estamos acostumados a ser. Tomamos o gol no começo e, quando se sai atrás em um jogo desse nível, fica difícil. No segundo tempo não teve jogo. Só uma (seleção) queria jogar. É a catimba que sabíamos. Não é desculpa, não fizemos nosso jogo no primeiro tempo. Mas o jogo picotado (no segundo) dificultou. Só cinco minutos de acréscimo foi pouco. Temos de tirar de aprendizado do nosso início de jogo”, disse o zagueiro Thiago Silva.

A análise do defensor brasileiro faz sentido, pois a partida foi bastante truncada. O Brasil criou a primeira chance aos 19min, com Richarlison, que recebeu de Neymar e bateu. A bola desviou no marcador e quase enganou o goleiro argentino. Mas quem abriu o placar foram os adversários, com Di Maria. Ele recebeu na direita, ganhou de Renan Lodi e tocou com categoria por cima de Ederson, marcando belo gol.

IRRITAÇÃO

O Brasil começou o segundo tempo a todo o vapor e, aos 9min, Richarlison recebeu de Neymar na área e obrigou Martínez a grande defesa. Como o gol não saiu, a Argentina reequilibrou as ações. Com o passar do tempo, o duelo foi ficando nervoso e sem grandes chances de lado a lado. Os brasileiros caíram na pilha dos argentinos, que cada vez mais foram recorrendo à catimba para que a bola rolasse menos.

A Seleção Brasileira tentava pressionar e, aos 41min, Gabigol emendou bom chute na área, mas Martínez defendeu. No minuto seguinte, Messi chegou na cara do gol, porém, vacilou na hora de definir e Ederson fez a defesa. Já aos 47min, o goleiro brasileiro saiu nos pés de De Paul, para pouco depois ver Messi ajoelhado, quase incrédulo com seu primeiro título pela Argentina. E invicta, com três vitórias e um empate na fase de grupos, um triunfo nas quartas de final e a classificação à decisão após ganhar nos pênaltis nas semifinais.
Decepção dos brasileiros foi sintetizada pelo choro de Neymar na saída do gramado: ele teve de ser consolado pelos colegas
Decepção dos brasileiros foi sintetizada pelo choro de Neymar na saída do gramado: ele teve de ser consolado pelos colegas

Derrotado, Tite segue em alta

A derrota na final não deve abalar o trabalho do técnico Tite à frente da Seleção Brasileira. Ainda que a equipe não tenha empolgado na competição, segue como líder disparada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa'2022, com 100% de aproveitamento. O treinador tem retrospecto muito favorável: 45 vitórias, 11 empates e apenas cinco derrotas.

‘O sentimento é de tristeza, mas, primeiro, de reconhecimento do outro lado. Se não for assim, a gente faz do futebol como o que ganha é bom e o que perde é terra arrasada. Teve o trabalho, a qualidade técnica individual, as estratégias, e fez um enfrentamento com efetividade e conseguiu conquistar. Prefiro reputar e reconhecer o outro lado pelo valor da vitória”, disse o comandante brasileiro.

De qualquer forma, ele não deixou de reclamar da catimba. “Teve um jogo picotado, que a gente queria jogar, mas o que tinha era antijogo, cavando faltas o tempo todo, demora para bater. Mas temos de passar por cima disso.”

O próximo compromisso do Brasil será em 2 de setembro, contra o Chile, pela sétima rodada das Eliminatórias. Até lá, Tite terá de tirar conclusões do que ocorreu durante a Copa América, uma das raras oportunidades em que teve tempo para treinar. Alguns dos jogadores saem mais fortes da competição, mas outros vão precisar se explicar.

FICHA TÉCNICA
Brasil 0 x 1 Argentina
Brasil: Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi (Emerson 30 do 2º); Casemiro, Fred (Firmino, intervalo) e Lucas Paquetá (Gabriel Barbosa 30 do 2º); Éverton Cebolinha (Vinícius Júnior 17 do 2º), Neymar e Richarlison
Técnico: Tite
Argentina: Martínez; Montiel, Romero (Pezzella 33 do 2º), Otamendi e Acuña; Paredes (Rodríguez 8 do 2º), Lo Celso (Tagliafico 17 do 2º) e De Paul; Di María (Palacios 33 do 2º), Messi e Lautaro Martínez (González 33 do 2º)
Técnico: Lionel Scaloni
Decisão da Copa América de 2021
Estádio: Maracanã
Gol: Di María 21 do 1º
Árbitro: Esteban Ostojich (URU)
Assistentes: Carlos Barreiro e Martín Soppi (URU)
VAR: Andres Cunha (URU)
Cartão amarelo: Fred, Renan Lodi, Lucas Paquetá, Marquinhos, Paredes, Lo Celso, De Paul, Otamendi e Montiel

MAIORES VENCEDORES

15 títulos
Uruguai, Argentina

9
Brasil

2
Paraguai, Peru, Chile

ELEVADOR VERDE-AMARELO

Subindo
Ederson
Lucas Paquetá
Éverton Cebolinha

Na mesma
Thiago Silva
Neymar 
Richarlison

Descendo
Renan Lodi
Roberto Firmino
Gabriel Barbosa

SBT/Alterosa na liderança 

A transmissão exclusiva do SBT/Alterosa para a TV aberta rendeu a liderança de audiência sobre a TV Globo com a exibição da final da Copa América entre Brasil e Argentina na noite de ontem. A narração foi de Téo José, com comentários de Mauro Beting e Edmilson e análise de arbitragem de Nadine Bastos. O SBT alcançou picos de 24 pontos e enfrentou o Jornal Nacional e o início da novela “Império”. Em partidas anteriores, o maior pico de telespectadores havia sido de 13,5 pontos, na semifinal em que o Brasil derrotou a Seleção Peruana por 1 a 0, na segunda-feira. O SBT preparou uma programação com mais de quatro horas sobre a final, com conclusão à 0h15.
 
 

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