Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Futebol para em Minas a partir de segunda-feira



Em meio ao avanço descontrolado da COVID-19 em Minas Gerais, o Campeonato Mineiro vai parar a partir de segunda-feira. Não foi estabelecida uma data para o retorno da competição. Desde o início da pandemia, houve 21.303 mortes e 1.003.104 casos da doença em território mineiro. A quinta rodada começa hoje e será concluída no fim de semana, com seis partidas.





"Apenas esta rodada até domingo é que acontecerá. São pouquíssimos jogos (até a paralisação) e que estarão totalmente dentro dos procedimentos de segurança. E, a partir daí, tudo suspenso", declarou o governador Romeu Zema (Novo).

Na terça-feira, reunião entre representantes do governo estadual e da Federação Mineira de Futebol (FMF) já havia decidido pelo prosseguimento do torneio apenas até este fim de semana. Inicialmente, havia ficado agendado um novo encontro para segunda-feira a fim de estudar a hipótese de continuidade.

Desta vez, porém, Zema antecipou que as partidas marcadas a partir da próxima semana estão mesmo adiadas. O chefe do Executivo justificou que o futebol deve seguir as restrições dos setores comerciais, que não podem funcionar desde quarta-feira, quando foi decretada a 'Onda Roxa' em Minas.



A medida estabelece maior rigidez na circulação de pessoas como forma de conter o avanço da COVID-19. Minas Gerais vive alta de casos, mortes e taxa de ocupação crítica de leitos de UTI e enfermaria e está no pior momento da pandemia.

"O que nós queremos são medidas abrangentes, que incluam todos. Não queremos nenhum setor tendo tratamento diferenciado, exceto aqueles essenciais, que a população precisa para poder se alimentar, abastecer o seu carro, comprar o seu remédio. Fora isso, não há condição de termos nada que venha a aumentar a taxa de contágio", reforçou Zema.

A FMF vinha defendendo parecer da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que decidiu manter suas competições, como a Copa do Brasil (que já começou) e o Campeonato Brasileiro (previsto para maio), alegando que há segurança sanitária para os jogadores quanto ao risco de transmissão de coronavírus durante as partidas.



Para embasar sua tese, a entidade nacional divulgou análise técnica envolvendo 367 equipes em 2.423 jogos. Foram feitos 89.052 testes da doença em pessoas envolvidas (13.237 eram atletas). Nenhum jogador, de acordo com a CBF, entrou em campo sem ser testado. Do total, apenas 2,2% dos exames deram positivo.

'FORASTEIROS' Além de Minas, estados como São Paulo suspenderam qualquer tipo de competição esportiva. Assim, jogos do Paulistão, como Palmeiras x São Bento, chegaram a ser marcados para o Estádio Independência, mas posteriormente cancelados com as restrições anunciadas pelo governo mineiro. Confrontos da Copa do Brasil haviam sido programados para Minas, como Palmas-TO x Avaí, também no Independência, e Marília-SP x Criciúma, para o Melão, em Varginha, mas foram igualmente suspensos.

Já com a Onda Roxa, do Minas Consciente, ter sido estendida a todo o estado, a FMF mudou os horários de jogos do Campeonato Mineiro. Atlético x Coimbra, por exemplo, foi antecipado das 21h30 de hoje para as 17h30. Já Tombense x Patrocinense, domingo, recuou uma hora, para as 17h.



Nove regionais foram suspensos

A explosão de casos de COVID-19 que atinge o Brasil afetou, além do Campeonato Mineiro, mais oito disputas regionais. Ontem, a Federação Paulista confirmou a paralisação do torneio, já suspendendo os jogos que estavam previstos para o fim de semana.

A paralisação total afeta, além de São Paulo, seis outros estaduais: Acre, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Tocantins. Por outro lado, desde a semana passada duas competições foram reiniciadas. Santa Catarina retomou suas partidas, enquanto Rondônia recebeu a liberação do governo local para movimentar seu campeonato no próximo fim de semana.

No Paraná, a suspensão só não é completa por causa das prefeituras de algumas cidades do interior. Em Curitiba está proibida a realização de jogos e treinos, mas alguns municípios autorizam as atividades.



O Londrina, por exemplo, está impossibilitado de jogar na própria sede e transferiu na quarta-feira o jogo contra o Azuriz para Arapongas, uma cidade vizinha. Até agora, o estadual paranaense realizou somente sete partidas. Duas equipes ainda não conseguiram estrear por causa das repetidas suspensões de confrontos.

O Distrito Federal manteve o campeonato até o limite com a mesma tática pretendida por São Paulo: fazer partidas em outros estados. O "Candangão" não podia realizar jogos em Brasília por causa de um decreto do governo local e passou a mandar duelos para cidades próximas em Minas Gerais e Goiás.

No entanto, o torneio ficou inviável depois de Minas Gerais e de o governo goiano proibirem a realização de atividades esportivas.

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