Jornal Estado de Minas

Futebol mineiro

Fatura dobrada pelo vandalismo




As confusões provocadas pelos torcedores do Cruzeiro na reta final do Campeonato Brasileiro de 2019 vão custar cinco partidas de portões fechados como mandante em competição nacional. O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) confirmou ontem a manutenção da punição de três jogos sem torcida pelos incidentes no duelo diante do Palmeiras, em dezembro de 2019, pela última rodada do Brasileiro. A derrota celeste por 2 a 0 selou o rebaixamento do clube à Série B e foi cercada de brigas e quebra-quebra nas arquibancadas.



Como já havia sido punido em última instância pelos incidentes em duelos diante de Atlético e CSA, também pela Série A, o Cruzeiro precisará cumprir cinco compromissos com portões fechados. Não há necessidade de distância mínima da cidade-sede, o que significa que poderá utilizar o Mineirão ou o Independência. Em um deles, o clube precisará estampar uma faixa nas arquibancadas informando o motivo da decisão. Pelos problemas no duelo diante do Palmeiras ainda há uma multa de R$ 50 mil. Por norma do STJD, duelos que tiverem portões fechados por causa da pandemia de coronavírus não podem ser incluídos.

No julgamento, realizado por videoconferência, o presidente do STJD, Paulo César Salomão Filho, chamou a atenção ao classificar o episódio no Mineirão como “um dos casos mais graves do século”. E acrescentou: “A postura da diretoria nesse episódio foi lamentável. A tragédia poderia ser maior, mas também poderia ser evitada. A diretoria não pensou nos torcedores e na segurança. Guerra campal e uma partida que não acabou. Fico tranquilo em aplicar essa penalidade. Tragédia anunciada e estava claro para todos nós”, disse.


ELENCO PERDERÁ ATÉ OITO JOGADORES


Diretor de futebol do Cruzeiro, Ricardo Drubscky admitiu que o técnico Enderson Moreira espera trabalhar com 28 a 30 jogadores no elenco para a sequência da temporada. Como o clube já tem 33 e ainda pretende contratar pelo menos três atletas, há planos para realocar até nove peças em novos clubes. Outros poderão também voltar às categorias de base.



A conta foi feita pelo dirigente durante participação no canal Somos gigantes, administrado por torcedores. “Para chegar a 28, 30 jogadores no elenco, se já temos 34 (33, na verdade) e vamos trazer três, eu não preciso ser matemático, e nem o torcedor, que vamos tentar realocar alguns jogadores, vai criar argumentos”, disse.

Nas últimas semanas, o Cruzeiro informou as dispensas do lateral-direito Edilson e do meio-campista Robinho. Além disso, anunciou o retorno de quatro jogadores para as categorias de base: o zagueiro Paulo, o lateral-direito Valdir e os atacantes Alexandre Jesus e Caio Rosa.

Quanto ao zagueiro Dedé, que integra a lista, ainda não há uma decisão tomada. O jogador está no Rio de Janeiro, onde se recupera de cirurgia no joelho realizada no início de março.