O sonho do Flamengo de conquistar o Mundial de Clubes terminou de forma frustrada depois da derrota por 1 a 0 para o Liverpool, em Doha, no Catar. Mas, diante de uma das equipes mais qualificadas do planeta, o rubro-negro carioca fez bom papel: teve chances de marcar, mostrou empenho e jogou em pé de igualdade, deixando a melhor das impressões para os torcedores que estiveram no Estádio Internacional Al-Khalifa.
A qualidade dos ingleses em sua jogada mais letal foi o diferencial. O gol do título saiu no primeiro tempo da prorrogação, marcado pelo brasileiro Roberto Firmino – que se beneficiou de um lance de contra-ataque iniciado pelo senegalês Sadio Mané. No entanto, o rubro-negro chegou a ser superior em vários momentos da partida, dando sinais até de que poderia sair do Catar com o bicampeonato mundial.
Com a conquista, o Liverpool se vinga da goleada sofrida por 3 a 0 para os flamenguistas na final de 1981 e chega ao seu primeiro título mundial na história – a equipe inglesa havia perdido o título em outras duas edições: em 1984, para o Independiente, da Argentina, e em 2005, para o São Paulo.
Apesar do revés, o time carioca encerra a temporada em alta, com os títulos do Campeonato Carioca, do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores. Nos próximos dias, deve confirmar oficialmente a permanência do técnico português Jorge Jesus, que chegou no meio do ano e tem contrato até maio de 2020. Ele já declarou que pretende continuar na Gávea.
Para o zagueiro Rodrigo Caio, o Flamengo deixa o Mundial de Clubes com uma imagem altamente positiva: “É claro que gostaríamos de conquistar mais um título, era um sonho, para premiar nossos milhões de torcedores espalhados no mundo. Mas fica um legado muito bacana. Nosso sentimento é de orgulho. O que mostrarmos aqui foi uma grande partida. O Flamengo impôs sua ideia de jogo, tivemos chances, mas o futebol é assim mesmo. O adversário aproveitou o contra-ataque e marcou o gol da vitória. A partida nos traz grande aprendizado, porque conseguimos jogar de igual para igual com o Liverpool. Isso valoriza muito nosso futebol”.
Dos jogadores do Flamengo, quem termina o ano mais valorizado é o atacante mineiro Bruno Henrique, de 28 anos, que surgiu nos campos de terra de Belo Horizonte. Eleito craque da última Libertadores, ele ganhou a Bola de Prata da Fifa no Catar como segundo melhor jogador do Mundial. É o favorito para ganhar o troféu Rei da América, tradicional premiação dada pelo jornal uruguaio El País ao melhor jogador do continente.
Jorge Jesus se mostrou satisfeito com o futebol mostrado por seus comandados: “Mais uma vez, o Flamengo fez um grande jogo. Jogamos contra a melhor equipe do mundo. Foi um jogo de dois grandes times e quem fizesse o primeiro gol certamente seria o vencedor. Sofremos o gol no contragolpe, embora estivéssemos prevenidos para isso. Fizemos mudanças durante o jogo, até mesmo para reforçar os corredores, já que nossos atletas sentiram fadiga. Tivemos a última chance com o Lincoln e não marcamos. Tenho orgulho de ter montado um grupo com muita qualidade. Hoje (ontem), atuamos contra o campeão da Liga dos Campeões, melhor time do mundo”.
QUEDA DE RITMO
De fato, o Flamengo teve volume de jogo parecido ao do time inglês, que entrou em campo com força máxima. Em 90 minutos, o rubro-negro teve 13 finalizações, mas somente duas foram em direção ao gol, ambas de Gabriel – a segunda foi brilhantemente defendida pelo goleiro brasileiro Alisson. O Liverpool teve um pênalti de Rafinha em Mané anulado corretamente pelo árbitro de vídeo.Ao longo da partida, os rubro-negros perderam fôlego e caíram de ritmo na prorrogação, obrigando Jorge Jesus a mudar completamente a estrutura do setor ofensivo: entraram Vitinho, Diego e o jovem Lincoln. O prata da casa teve a última grande chance da partida, no último minuto da prorrogação, mas chutou para fora depois de cruzamento de Vitinho.
Flamengo
Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão (Berrío 14 do 2º da prorrogação), Gerson (Lincoln 11 do 1º da prorrogação), De Arrascaeta (Vitinho 31 do 2º), Éverton Ribeiro (Diego 38 do 2º) e Bruno Henrique; Gabriel
Técnico: Jorge Jesus
Liverpool
Alisson; Alexander-Arnold, Joe Gomez, Van Dijk e Robertson; Henderson, Keita (Milner 10 do 1º da prorrogação) e Oxlade-Chamberlain (Lallana 29 do 2º); Sadio Mané, Roberto Firmino (Origi, intervalo da prorrogação) e Salah (Shaqiri 15 do 2º da prorrogação)
Técnico: Jürgen Klopp
Decisão do Mundial de Clubes
Estádio: Internacional Al Khalifa
Gol: Firmino 8 do 1º tempo da prorrogação
Árbitro: Abdulrahman Al Jassim (CAT)
Assistentes: Taleb Al Marri e Saoud Almaqaleh (CAT)
VAR: Juan Munuera (ESP)
Cartão amarelo: Mané, Salah, Milner, Roberto Firmino, Vitinho e Diego