Jornal Estado de Minas

CRUZEIRO

Promessa de jogão

Egípcio Salah é um dos alicerces do rápido ataque da equipe inglesa. Autor de 24 gols em 2019, está atrás apenas do senegalês Sadio Mané, artilheiro do time no ano, com 30 (foto: Giusepe Cacace/AFP)


Os amantes do futebol não têm dúvidas de que o campeão mundial de 2019 será a equipe que demonstrar maior equilíbrio entre defender com eficiência e atacar com qualidade. Quando a bola rolar hoje, às 14h30 (de Brasília), no Estádio Internacional Al Khalifa, Flamengo e Liverpool vão decidir o título do Mundial de Clubes numa partida aguardada pelos torcedores justamente pelo estilo de jogo parecido de brasileiros e ingleses – privilegiando a intensa pressão sobre os adversários, a posse de bola e a construção vertical de jogadas.



Ao longo da temporada, os dois times mostraram faro de gol e, assim, fizeram história. O rubro-negro carioca fez grande investimento e colheu os resultados dentro das quatro linhas, balançando as redes 150 vezes e levando os títulos da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro no mês passado. Já os europeus atravessam seu melhor momento desde a chegada de Jürgen Klopp (em outubro de 2015), ao vencer a Liga dos Campeões em junho e ter um dos melhores ataques do planeta, com Mané, Salah e Roberto Firmino.

Responsável pela mudança de patamar do Flamengo, o português Jorge Jesus deixa em evidência que o importante, além de ganhar títulos, é mostrar um estilo de jogo envolvente: “O que o Flamengo tem passado ao longo dos últimos seis meses em que estamos no Brasil tem sido a ideia de um jogo olhando sempre para o gol, para frente, para o espetáculo. Nós, europeus, como treinadores, somos formados não só para ganhar. Só ganhar não adianta, as equipes têm que ganhar e proporcionar o espetáculo. Foi isso que tentamos fazer no Flamengo. E tivemos a sorte de ter jogadores que podem colocar em pratica essa ideia”.

A grande dúvida entre os torcedores é justamente qual postura o Fla adotará diante de um dos gigantes do futebol mundial. O capitão Éverton Ribeiro entende que será necessário manter a atenção e o equilíbrio no momento de atacar o adversário: “Por ser uma final, existe a pressão, a ansiedade normal. 


É um jogo em que o detalhe vai falar muito alto. Há uma grande equipe do outro lado, e temos que ficar atentos desde o primeiro minuto para anular o que eles têm de melhor”.

O Flamengo terá força máxima na decisão. Havia certa preocupação a respeito da marcação pelo lado esquerdo, onde saíram os gols de River Plate (na decisão da Libertadores) e de Al-Hilal (nas semifinais do Mundial), mas Jesus usou os últimos treinos para corrigir o posicionamento de Filipe Luís e Pablo Marí. O trio formado por Gabriel, Bruno Henrique e De Arrascaeta está confirmado para a partida.

SEM FAVORITISMO

Embora deem importância ao inédito título mundial, os jogadores do Liverpool e o técnico Jürgen Klopp sinalizam que conquistar o Campeonato Inglês será tão fundamental quanto vencer no Catar. Desde que a equipe desembarcou em Doha, o treinador já havia dito que poderia poupar atletas na competição, como ocorreu na difícil vitória sobre o Monterrey por 2 a 1, nas semifinais. Na quinta-feira, os Reds já voltam a campo contra o Leicester, para tentar aumentar a vantagem para 13 pontos na liderança do Nacional.

Jürgen Klopp não vê favoritismo dos ingleses hoje: “Não nos vemos como um time que não pode perder, mas sim como um time que tem que trabalhar duro para vencer. Não há vantagem psicológica, para ser sincero. O que tentamos é estar 100% garantidos para a partida. Oferecemos tudo de melhor para que eles possam relaxar e pensar em algo diferente, não só futebol. Queremos criar a melhor base para ganhar e, enquanto fazemos isso, tentamos nos divertir. Mas não achamos que somos os únicos a fazer isso. Tenho certeza que os torcedores do Flamengo estão se divertindo muito e estão empolgados com o time. Não há vantagem para ninguém antes”.



Amigo de Filipe Luis e Gerson, o goleiro Alisson elogia o Flamengo e entende que o Liverpool precisa evoluir em relação ao jogo das semifinais contra o Monterrey: “Tivemos a experiência de jogar contra um time mexicano, o que foi novidade para nós. A bola é redonda, o campo é o mesmo, mas as características acabam mudando. Não jogamos a nossa melhor partida, com certeza. E amanhã (hoje) a gente tem que fazer muito melhor para ganhar do Flamengo, que é uma grande equipe com jogadores experientes e acostumados a disputar grandes finais, assim como a nossa equipe”.
 
FICHA TÉCNICA
Flamengo x Liverpool
Flamengo: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Mari e Fillipe Luis; Willian Arão, Gerson, De Arrascaeta, Éverton Ribeiro e Bruno Henrique; Gabriel
Técnico: Jorge Jesus
Liverpool: Alisson; Alexander-Arnold, Joe Gomez, Van Dijk e Robertson; Henderson, Keita e Oxlade-Chamberlain (Wijnaldum); Sadio Mané, Roberto Firmino e Salah
Técnico: Jürgen Klopp
Estádio: Internacional Al Khalifa
Horário: 14h30
Árbitro: Abdulrahman Al Jassim (CAT)
Assistentes: Taleb Al Marri e Saoud Almaqaleh (CAT)
VAR: Juan Munuera (ESP)
TV: Globo e Sportv


Mais lucrativo que Liga dos Campeões 

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, afirmou ontem que a entidade avalia nove ofertas de empresas que buscam adquirir os direitos comerciais e de transmissão do futuro e reformulado Mundial de Clubes – que ele acredita que se tornará o mais lucrativo torneio de equipes do planeta, ultrapassando a Liga dos Campeões da Europa. A primeira edição no novo formato, com 24 times, está prevista para junho de 2021, na China. “A Liga dos Campeões está gerando dinheiro de todo o mundo, e para onde vai esse dinheiro? Para a Europa”, disse Infantino. “Obviamente, é a missão da Uefa. A missão da Fifa é o mundo. O Mundial vai ser a melhor competição de clubes no mundo. O que quer que a Fifa faça, tem que ser o melhor. Não deveríamos nos preocupar ou nos envergonhar com sucesso comercial”. Ainda não estão definidos os critérios para a classificação dos times.


Todos os campeões


7

Real Madrid (1960, 1998, 2002, 2014, 2016, 2017 e 2018)

4

Milan (1969, 1989, 1990 e 2007)


3

Peñarol (1961, 1966 e 1982)
Boca Juniors (1977, 2000 e 2003)
Nacional (1971, 1980 e 1988)
São Paulo (1992, 1993 e 2005)
Internazionale (1964, 1965 e 2010)
Bayern de Munique (1976, 2001 e 2013)
Barcelona (2009, 2011 e 2015)

2

Santos (1962 e 1963)
Independiente (1973 e 1984)
Ajax (1972 e 1995)
Juventus (1985 e 1996)
Porto (1987 e 2004)
Manchester United (1999 e 2008)
Corinthians (2000 e 2012)

1

Racing (1967)
Feyenord (1970)
Atlético de Madrid (1974)
Olimpia (1979)
Flamengo (1981)
Grêmio (1983)
River Plate (1986)
Estrela Vermelha (1991)
Vélez Sarsfield (1994)
Borussia Dortmund (1997)
Internacional (2006)