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Estado de Minas REBAIXADO

Rebaixado. E agora?

Cruzeiro se despede da elite do futebol brasileiro com nova derrota. Queda foi sendo desenhada ao longo do ano e dirigentes, conselheiros, técnicos e jogadores não tiveram capacidade de evitar o vexame histórico


postado em 09/12/2019 04:00 / atualizado em 08/12/2019 22:40

 
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Por alguns minutos, o gol do Botafogo sobre o Ceará, no primeiro tempo do jogo no Engenhão, encheu a torcida celeste de esperança. Mas o grande problema estava no gramado do Mineirão, vestido com a camisa azul estrelada de tantas glórias. Mais uma vez sem balançar a rede, o Cruzeiro foi derrotado pelo Palmeiras e sacramentou a queda inédita para a Série B do Campeonato Brasileiro. Um rebaixamento que foi desenhado com muito esmero por diretoria, comissões técnicas e jogadores.
 
O Cruzeiro cumpriu todos os itens da cartilha dos grandes clubes rebaixados: dívida que só aumenta, desmandos administrativos, brigas políticas, omissão do Conselho Deliberativo, trocas de treinadores (foram quatro ao longo do ano), quebra da hierarquia com jogadores criticando treinador publicamente, atraso de salários e um time de dar dó em campo. O resultado não podia ser outro: em 38 jogos, foram apenas sete vitórias, 15 empates e nada menos do que 16 derrotas; um sistema ofensivo inoperante, que fez só 27 gols, e 46 sofridos.
 
Agora, resta aprender com o vexame histórico de 2019 para que ele não se repita. Que as pessoas que forem comandar o clube tenham a responsabilidade e o discernimento de reconstruí-lo e reconduzi-lo à condição de um dos gigantes do futebol brasileiro, amado por 9 milhões de pessoas.
 
A missão será árdua, já que a dívida de mais de R$ 500 milhões é absurda e a receita cairá muito na disputa da Segunda Divisão – sem qualquer competição internacional e sem dinheiro para montar uma equipe que possa brigar pelo título da Copa do Brasil. A partir de agora, passa a ser obrigação montar um time capaz de retornar à Série A em 2021, ano do centenário celeste.
 
Em outubro do ano que vem, haverá eleição para presidente, e a Polícia Civil de Minas Gerais e o Ministério Público precisam dar uma resposta à sociedade sobre as investigações em curso, que se arrastam há mais de seis meses, para que não pairem dúvidas sobre as pessoas que estão no comando ou as que pretendem se candidatar. E se puna quem merecer.
 
No âmbito interno, os conselheiros têm a obrigação de se unir em prol do Cruzeiro, e não de interesses de grupos que só pensam em tirar proveito dos postos que ocupam.
 
A torcida celeste, que não abandonou o time em momento algum, apesar das apresentações ridículas ao longo do ano, merece respeito. Já as organizadas foram protagonistas de cenas lamentáveis durante a temporada e encerraram o ano depredando o Mineirão, atirando cadeiras que poderiam matar uma pessoa, provocando pavor no público que foi ao estádio apenas torcer para o seu time. Mais uma prova de que deveriam ser banidas do futebol.
 

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