As duas melhores equipes do vôlei feminino brasileiro, campeão e vice da última Superliga Nacional, invictas na edição 2019/2020, Minas e Praia foram eliminados do Campeonato Mundial de Clubes, disputado na China, sem nem uma vitória sequer na fase classificatória. Foram seis jogos e nenhuma vitória. Para o técnico da Seleção Brasileira, José Roberto Guimarães, existe uma explicação e o fracasso tem como responsável o ranqueamento existente no Brasil.
Segundo ele, não se pode fazer uma comparação do vôlei brasileiro, da Superliga, com nenhuma outra competição no mundo. “A culpa dessa situação é uma coisa que só existe aqui: o ranqueamento. Sempre fui contra. O problema é que instituíram essa porcaria aqui. Cada time só pode ter duas jogadoras de sete pontos. É algo que existe só no Brasil e não é por culpa da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), mas sim dos clubes. São eles que exigem isso.”
"A culpa dessa situação é uma coisa que só existe aqui: o ranqueamento. Sempre fui contra. O problema é que instituíram essa porcaria aqui"
José Roberto Guimarães, treinador da Seleção Brasileira feminina de vôlei, sobre o fracasso de Minas e Praia Clube no Mundial de Clubes
O treinador cita exemplos. “O Praia, por exemplo, era contra esse ranqueamento, mas a partir do ano passado passou a ser a favor. Eu sempre cantei essa pedra. Só pensam no vôlei enquanto Superliga. Não se preocupam com as outras competições, as internacionais. No ano passado, o Minas chegou à final, só que tinha a linha de passe da Seleção Brasileira, com Natália e Gabi. Nenhuma outra equipe tinha esse fundamento como o Minas no mundo.”
O ranqueamento e a limitação do número de estrangeiras, segundo Zé Roberto, contribuem para o fracasso, pois no exterior é diferente daqui. “Os times turcos têm cinco estrangeiras cada um. No campeonato do país, só podem jogar três a cada partida. Mas na Champions League e no Mundial jogam as cinco. Aqui não pode.”
O treinador da Seleção entende que, por esse motivo, o ranqueamento, os times brasileiros pagam um alto preço nas competições internacionais, enfrentando equipes que não têm essa limitação nas contratações.
As campanhas
Minas e Praia estavam em grupos diferentes na fase de classificação. O primeiro era do A. Venceu apenas três sets em três jogos. Estreou perdendo para o chinês Guangdong (3 a 1). Na segunda partida, caiu por 3 a 0 para o turco Ecsacibasi. Ontem, na despedida, em seu melhor jogo, perdeu por 3 a 2 para o italiano Conegliano.
O Praia foi pior, pois ganhou apenas dois sets. Na primeira partida caiu diante do turno Varifbank, 3 a 0. Em seguida, foi derrotado pelo chinês Taijin, 3 a 2. Ontem, perdeu por 3 a 0 para o italiano Gorgonzola Novara. Os dois times mineiros brigam, agora, de quinto a oitavo na competição.
Masculino
Cruzeiro x Zenit Kazan-RUS, às 14h, e Lube Civitanova-ITA x Al Rayyan-CAT, às 17h, são as semifinais do Mundial de Clubes, disputado no Ginásio Divino Braga, em Betim. O Cruzeiro terminou a fase de classificação em segundo lugar e enfrentará o terceiro colocado, o representante russo. No outro confronto, o favorito, o italiano Civitanova, joga contra o Al Rayyan, que perdeu suas três partidas na primeira fase.
Pela Superliga, Minas e América mantêm seus focos na competição. O MTC, sétimo colocado, com seis pontos, busca hoje sua terceira vitória contra o Sesi-SP, às 16h (Canal Vôlei Brasil), na Arena Minas. O América, penúltimo, com apenas três pontos, joga em casa contra o Blumenau-SC, às 20h (Canal Vôlei Brasil), no Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves.