Doce ilusão

A defesa vinha sendo o ponto alto do Cruzeiro sob o comando de Abel Braga. Mas a goleada por 4 a 1 para o Santos, na noite de ontem, na Vila Belmiro, coloca em xeque até mesmo o sistema defensivo de uma equipe cada vez mais ameaçada pelo rebaixamento – resta agora torcer hoje contra Botafogo e Ceará, que recebem Corinthians e São Paulo, e, principalmente, o Fluminense, que amanhã visita o CSA, que será o próximo adversário celeste, quinta-feira, no Mineirão.

“A gente não pode abaixar a cabeça. O momento é delicado, difícil, mas temos de lutar até o final”, afirma Thiago Neves, que mais uma vez não conseguiu criar as jogadas que se espera dele, até porque admite estar jogando com dores nas panturrilhas e nos joelhos.

Abel Braga, porém, diz não saber desses problemas físicos do camisa 10. Por outro lado, ele assume a responsabilidade pelo desastre de ontem. “Nossa atuação foi muito abaixo. E eu sou o responsável. A estratégia talvez não tenha sido a melhor. Eles deram contra-ataque, mas não aproveitamos. E depois tomamos dois ou três gols em contra-ataques. Jogando fora de casa isso não é normal”, argumentou o treinador.

O início do jogo até deu alguma esperança aos cruzeirenses, pois a equipe suportou a pressão inicial dos paulistas e abriu o placar aos 13min, com Orejuela. Ele recebeu de Thiago Neves, invadiu a área, se livrou da marcação e bateu de canhota, no canto, marcando belo gol.

Mas a vantagem só durou nove minutos, uma vez que Eduardo Sasha empatou depois de jogada iniciada por Sánchez e que contou ainda com participação de Evandro. A partir de então os espaços começaram a surgir na defesa celeste. Aos 25min, o uruguaio poderia ter virado, mas bateu para fora, mesmo livre. Pouco depois, Soteldo bateu cruzado, assustando Fábio. E, aos 30min, Marinho passou por Egídio e acertou a trave.

O Cruzeiro só conseguiu responder aos 37min, em cobrança de falta de Thiago Neves que Éverson rebateu. Cinco minutos depois, David tentou bater colocado, mas mandou por cima.

Peneira No início do segundo tempo o panorama não se alterou, com os donos da casa mais incisivos. Mas se o Cruzeiro não conseguiu aproveitar a chance que teve com Robinho, Marinho não perdoou aos 14min, batendo colocado da entrada da área para vencer Fábio.

Já três minutos mais tarde Evandro desviou de cabeça e por pouco não marcou o terceiro. O troco celeste veio com Orejuela, que driblou o marcador, mas bateu por cima.

Aos 19min, em nova jogada pela direita, Sánchez cruzou rasteiro e Soteldo, livre, só empurrou para a rede. O placar não foi mais dilatado porque Fábio conseguiu algumas boas defesas. Como aos 31min, em chute frontal de Evandro.

A goleada foi formada aos 44 min, quando Diego Pituca fez o quarto. Mais uma vez a retaguarda celeste deu bobeira depois que Fábio não segurou falta de Sánchez e permitiu a Evandro colocar o companheiro em condições de marcar.

“O início do segundo tempo conseguimos neutralizar o problema maior, que era a movimentação do Sánchez. Mas não aproveitamos as chances e tomamos gols, a superioridade do Santos foi muito grande. Agora, vamos pensar mais que nunca nas decisões que temos pela frente, são quatro. A primeira contra o CSA”, disse Abel.


Santos X Cruzeiro