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Estado de Minas

Discurso vai de reação a desabafo

Se Dedé agora pede foco na Copa do Brasil e recuperação no Brasileiro, Fred admite ter dificuldade no esquema de Mano. Treinador lamenta queda, mas exalta espírito de luta


postado em 31/07/2019 04:09

Enfrentando jejum de gols, Fred diz que o time tem criado pouco e
Enfrentando jejum de gols, Fred diz que o time tem criado pouco e "jogado para ganhar de 1 a 0" (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press )


Nenhum cruzeirense gostou da eliminação nas oitavas de final da Copa Libertadores, depois de dois empates e derrota na disputa de pênaltis para o River Plate. As reações entre integrantes da equipe celeste, porém, foram diferentes. Enquanto alguns preferiram enaltecer a força demonstrada nos dois jogos contra o atual campeão da América, o centroavante Fred, sem assumir diretamente um tom crítico, afirmou que o time tem criado poucas chances em razão do esquema mais recuado definido por Mano Menezes e que ele não se encaixa nesse sistema, ainda que se esforce.

O discurso geral, por outro lado, é de que ninguém vai desanimar diante do tropeço. Ao contrário, é hora de buscar reagir, pois há outros compromissos importantes pela frente, como o clássico com o Atlético, pelo Campeonato Brasileiro, domingo, no Independência, e o jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, quarta-feira, no Mineirão.

“Jogamos, tivemos chances, entregamos o máximo. Perdemos nos pênaltis depois de um jogo muito bem jogado. O River enfrentou nosso time de forma aberta e soubemos suportar. Tivemos chances claras no final para matar, mas não matamos. E na disputa de pênaltis, dessa vez não deu pra gente. Não podemos sair de cabeça baixa. Temos duas outras grandes competições pela frente, precisamos voltar a vencer no Brasileiro e seguir nossa luta na Copa do Brasil”, disse o zagueiro Dedé, o melhor em campo na partida de ontem e que chegou a chorar antes de deixar o gramado.

Fred, aparentemente num desabafo (vem sendo reserva e não marca há 14 partidas), admitiu não ter o estilo adequado para atender à estratégia do treinador, de jogar atrás e sair rápido em contragolpes. Dessa forma, o centroavante avalia que a Raposa tem criado pouco. “Eu não me encaixo nessa característica dele, então, assim, quando precisar, vou tentar sempre dar o meu melhor”. Ele entrou no segundo tempo, ajudou o Cruzeiro a crescer de produção, mas não teve nenhuma oportunidade real de marcar. “Preciso voltar a marcar, preciso voltar a ser titular. Enquanto isso não acontece, eu vou tentando ajudar do jeito que tenho”.

O técnico Mano Menezes lamentou a desclassificação, mas ressaltou a grandeza do adversário. “Ser eliminado é sempre ruim, mas existem derrotas e derrotas. Quando cruzamos com o River, sabíamos o grau de dificuldade do enfrentamento. Isso valeu para nós e também para eles. Na primeira partida queríamos trazer a decisão para cá. E conseguimos. Mas todos falaram que seria difícil derrotá-los. Trabalhamos para que entendêssemos o jogo, mas começamos mal, tivemos dificuldade para sair, talvez por ansiedade e também mérito deles de nos marcar. Depois do lance do Pedro Rocha, em que a bola bateu no travessão, as coisas se assentaram mais”, analisou o treinador.

Ele avalia que a queda não se relaciona a suposta falta de ofensividade da equipe. “Tivemos dificuldades na escolha da formação ideal, pois Robinho só suportaria 30 minutos. E optamos pela formação que terminou lá (em Buenos Aires). Depois, mudamos o time, ficamos mais ofensivos, tanto que tivemos oito oportunidade, e eles, cinco. Não foi por falta de tentativa, mas porque é jogo grande. Não foi por jogar desse jeito ou daquele jeito. Eles atacaram e também não conseguiram marcar gol no Cruzeiro. Fomos para as penalidades e perdemos, como ganhamos em outras oportunidades. Estamos tristes, como o torcedor está triste, mas lutamos para tentar avançar”, argumentou Mano.

Ele vai estudar o que fazer para o clássico de domingo. Afinal, na quarta-feira há outra decisão, contra o Internacional. “Temos de fazer o resultado aqui para ter uma situação melhor para o jogo de volta.”

DESPEDIDA Quem pode ter feito o último pelo Cruzeiro ontem é o volante Lucas Romero. O jogador está negociando com o Independiente para voltar à Argentina e não negou que esteja se despedindo. “Pode ser”, disse ele, que enalteceu o tratamento recebido dos cruzeirenses desde sua chegada, em 2016. O jogador, de 25 anos, somou 152 jogos com a camisa celeste, marcando três gols.

Se Romero sair, será a quinta baixa em dois meses. Desde o fim do Mineiro, deixaram o clube o zagueiro Murilo, o volante Lucas Silva, o armador Rafinha e o atacante Raniel. Ninguém foi contratado.


NOVA ELEIÇÃO DO CONSELHO
A Justiça cassou liminar que homologou a eleição do atual Conselho Deliberativo do Cruzeiro, o que obrigará o clube a marcar novo pleito nos próximos 25 dias. Cento e noventa conselheiros, que se inscreveram nas duas chapas concorrentes em 2017, estão proibidos de participar da nova eleição. Essa duplicidade foi o motivo do pedido de anulação à época, mas o Cruzeiro conseguiu liminar na Justiça que manteve o resultado. Agora, o recurso foi cassado e complica ainda mais a situação política, já conturbada, no Barro Preto.

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