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Briga, novela sem fim

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Não importa se é dia, tarde ou noite de Cruzeiro e Atlético, o maior clássico do futebol mineiro, um dos grandes do Brasil, o duelo é sempre cercado de tensão dentro e fora das quatro linhas. E ontem o confronto entre torcedores se repetiu. Três horas antes do início da partida, o primeiro conflito.

Na concentração de atleticanos atrás do Mineirinho, na Avenida Chafith Felipe, houve cerco de um grupo de cruzeirenses, a maioria de integrantes de torcidas organizadas. A área era a recomendada pela Polícia Militar para os 10% de alvinegros que teriam direito a entrar no Mineirão.

De acordo com a PM, houve briga generalizada. A pancadaria durou cerca de 10 minutos, até que chegaram os primeiros policiais para intervir. Não houve feridos. Ninguém foi preso. Já com segurança, os atleticanos foram mantidos no local, se deslocando para o estádio a 40 minutos do início da partida.
Lá, um novo problema: as catracas de acesso no portão destinado à torcida atleticana estragaram. Houve um início de tumulto, contornado pela PM, que permitiu que os torcedores pulassem as roletas. Apurações indicam que cambistas venderam ingressos que, na verdade, seriam destinados aos cruzeirenses.

Teve início, então, um corre-corre, uma vez que o hino nacional já estava sendo tocado, com os times perfilados no gramado. No meio desses torcedores, um homem que tinha apenas uma perna, com um par de muletas, tentava chegar à entrada das cadeiras. Não teve qualquer ajuda.

Além da tradicional rivalidade, havia um assunto dominante nas arquibancadas: a crise celeste, que sacudiu os bastidores do clube, com acusação de desvios administrativos, lavagem de dinheiro, negociações suspeitas na saída de jogadores e, para piorar,  contratos de dirigentes cujos termos seriam nocivos ao clube e salários ou direito de imagem atrasados. E, principalmente, dirigentes na berlinda.

O vice-presidente de futebol, Itair Machado, na quarta-feira teve seu afastamento do cargo determinado por liminar judicial. Ontem, o clube a acatou e anunciou o afastamento do dirigente, o centro das investigações.
“Se o Cruzeiro ganhar hoje, vai mostrar que não precisa do Itair. Seria muito bom. O Cruzeiro não é lugar para gente assim, que só trabalha pra si, suga o clube e suja seu nome”, dizia o administrador de empresas Sérgio Luiz Martins, de 68 anos.

ESVAZIADO A crise envolvendo os cartolas mexeu com os bastidores no Mineirão e estava retratada nos camarotes. Dirigentes da Raposa não foram vistos até o início da partida. Um dos poucos a aparecer foi o presidente Wagner Pires, que chegou com oito minutos de jogo. Além dele, o diretor de Futebol, Marcelo Djian. No camarote exclusivo que Itair Machado tradicionalmente frequenta, havia apenas três pessoas, nenhuma delas ligada ao dirigente, de acordo com funcionários do Cruzeiro.

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