Apontado como favorito ao título da Copa América, o Uruguai não se ilude. Para afastar qualquer possibilidade de ser atacado pela zebra, o time comandado por Óscar Tabárez prega o respeito à Seleção Peruana na partida de amanhã, às 16h, na Fonte Nova, que vai definir o último semifinalista da competição. Tanto quanto uma ação diplomática, os uruguaios querem, com esse discurso, evitar um traiçoeiro salto alto, para não serem supreendidos pelo adversário.
Para embasar a tese, o armador Federico Valverde, de 20 anos, que atua no Real Madrid, listou algumas virtudes da equipe peruana: “Sabemos da qualidade dos jogadores do Peru. São fortes, possuem bom jogo aéreo, talentosos, como Guerrero, que é uma estrela a nível mundial. Por isso, é sempre necessário ter o máximo de precaução. Não pensar no Peru seria falta de respeito”.
Ele diz ser ilusório atribuir fragilidade ao Peru à goleada por 5 a 0 pelo Brasil, pela fase de grupos: “O resultado diante da Seleção Brasileira não quer dizer que o Peru está mal. Jogos deste tipo não permitem erros”.
Outro que ressalta a importância de o Uruguai ter atenção total é o lateral-direito Giovanni González. O jogador do Peñarol acredita, inclusive, que a goleada para o Brasil mexeu com os brios dos peruanos: “Esperamos um Peru muito aguerrido, porque eles tiveram uma nova oportunidade após a dura derrota para o Brasil. Por isso, deverão lutar muito”.
O defensor prevê muito trabalho pelo seu setor. “O Peru concentra suas jogadas pelas laterais, com muita velocidade. E possuem Guerrero, um goleador”, disse. “Não há favoritos nesta Copa América”, completou González, que herdou a vaga na lateral com a contusão de Diego Laxalt, que faz tratamento de lesão muscular na coxa esquerda.
O OUTRO LADO O zagueiro peruano Carlos Zambrano, por sua vez, não considera o Uruguai favorito no duelo de amanhã. “Temos conseguido fazer boas partidas diante do Uruguai. Não temos mais segunda chance. A derrota vai nos mandar para casa. É a nossa chance de lavarmos a cara”, disse o jogador, referindo-se à derrota para os brasileiros.
Zambrano, que ficou três anos e meio fora da seleção, afirma que enfrentar Cavani e Suárez garante motivação especial: “O Uruguai é uma grande equipe, que luta muito o todo o tempo e possui dois craques”.