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Pelo resgate da raiz sul-americana


postado em 26/06/2019 04:08

Rivais nas quartas de final, Tabárez, do Uruguai, e Gareca, do Peru, têm discurso de resistência à excessiva influência europeia(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
Rivais nas quartas de final, Tabárez, do Uruguai, e Gareca, do Peru, têm discurso de resistência à excessiva influência europeia (foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
 

São Paulo — Em tempos de hegemonia sem precedentes da Europa em todas as competições masculinas de clubes e seleções organizadas pela Fifa, e de um treinador português e outro espanhol à frente da Colômbia e Catar na Copa América, dois técnicos adversários nas quartas de final (duelo será sábado) ignoram a dinastia do Velho Mundo e pregam o fim do complexo de vira-latas do nosso continente. Ricardo Gareca, do Peru, e Óscar Tabárez, do Uruguai, não curtem a supervalorização do que ocorre do outro lado do Oceano Atlântico.

A América do Sul não conquista a Copa do Mundo desde 2002. Antes, havia um revezamento de campeões. As últimas quatro edições, porém, foram vencidas pelos europeus: Itália (2006), Espanha (2010), Alemanha (2014) e França (2018). Os últimos quatro mundiais Sub-20 também ficaram com eles nos títulos da França (2013), Sérvia (2015), Inglaterra (2017) e Ucrânia (2019). A Inglaterra é a atual campeã Sub-17. O Mundial de Clubes não fica com o um time sul-americano há seis anos. Em 2012, o Corinthians faturou a taça pela última vez. De lá para cá, quatro para o Real Madrid, um do Barcelona e outro do Bayern de Munique.

Ex-atacante, Ricardo Gareca tem um orgulho. O argentino de 61 anos jamais jogou na Europa. Construiu a carreira no próprio país com as camisas pesadas do Boca Juniors, River Plate, Vélez Sarsfield e Independiente. Defendeu apenas o América de Cáli no exterior. A carreira de treinador começou em 1996. Na contramão do sucesso dos compatriotas, jamais trabalhou na Europa. Preferiu ofertas da Colômbia, do Peru e até do Brasil. Em 2014, comandou o Palmeiras, sem brilho.

“Sou admirador e defensor do futebol sul-americano. Também gosto do futebol europeu, mas sou um grande defensor das nossas coisas. Há um consumo excessivo de algo que não está aqui. Apesar de termos muitos representantes no futebol europeu, considero que nem todos os melhores estão lá e nem tudo de lá é bom. Acho que aprendemos muito da Europa e eles de nós, porém, temos de recuperar nossa identidade”, advertiu na sala de conferências da Arena Corinthians na véspera da derrota por 5 x 0 para o Brasil.

O baú de memórias de Gareca só tem conquistas na América do Sul. Em 1994, ganhou o Torneio Clausura e a extinta Supercopa dos Campeões da Libertadores. Na passagem pela Colômbia faturou o bicampeonato nacional em 1985 e 1986. No papel de técnico acumula troféus em clubes da Argentina e do Peru.

Ex-lateral, o uruguaio Óscar Tabárez teve experiência no exterior com a camisa do Puebla, do México. Como treinador tem no currículo passagem por Cagliari, Milan, da Itália; e Oviedo, da Espanha. Embora tenha trabalhado na Europa, a América do Sul continua sendo o encantamento do senhor de 72 anos.

“A Europa entrou em um estado de autossuficiência. Assim, as equipes que são do Terceiro Mundo nos impõem que não podemos fazer o mesmo que antes”, argumentou Tabárez em Porto Alegre antes do duelo contra o Japão pela segunda rodada do Grupo C.

CALENDÁRIO O comandante do Uruguai atribui o desequilíbrio entre europeus e sul-americanos ao calendário. “Agora você não pode enfrentá-los porque existe a Liga das Nações. Os torneios de clubes absorvem os jogadores, e agora haverá uma Copa do Mundo de Clubes com mais participantes. Cada vez temos menos tempo disponível, há muitos jogadores no exterior. As coisas seriam melhores se pudéssemos competir com mais frequência com eles, mas está ficando difícil. Tento resgatar a essência do futebol sul-americano, isso não muda”, argumenta.


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