A situação da Seleção Argentina está tão triste que parece um tango. O time é recheado de jogadores que se destacam no futebol europeu e conta com o craque Messi, ainda um dos melhores em atividade. Mas não consegue funcionar enquanto equipe, como ficou provado no empate por 1 a 1 com o Paraguai, na noite de ontem, no Mineirão, no qual só não saiu derrotado porque Armani pegou pênalti.
Foi o primeiro ponto dos comandados por Lionel Scaloni na Copa América – na estreia, derrota por 2 a 0 para a Colômbia. Agora, a Argentina tentará avançar às quartas de final batendo o Catar, domingo, às 16h, em Porto Alegre. Com a vitória por 1 a 0 sobre os catarianos, os colombianos já garantiram o primeiro lugar do Grupo B e podem até poupar titulares diante dos paraguaios, também domingo, em Salvador.
O problema para os argentinos é que não há perspectiva a curto prazo. Por mais que os atletas se esforcem e que muitos tenham qualidade, faltam entrosamento e os jogadores “comprarem” a ideia do treinador, que parece perdido. Ontem, Scaloni mexeu em quatro posições, barrando os medalhões Agüero e Di María para mandar a campo os jovens De Paul e Martínez. Não funcionou.
Nem Messi consegue dar jeito na bagunça.
SOFRIMENTO Com a Argentina em desvantagem, Scaloni mandou o time de volta para a etapa final com Agüero no lugar do armador Pereyra. Foi o suficiente para os hermanos melhorarem e empatarem, mas não sem sofrimento.
Cinco minutos depois, o paraguaio González foi derrubado pelo zagueiro Otamendi na área. Os argentinos pareciam resignados com a derrota, mas Armani defendeu a cobrança. Evitou o pior, mas não a continuação do calvário da Argentina.
Tormento com ingressos
A presença do público no Mineirão, para Argentina x Paraguai – foram registrados 35.265 pagantes –, poderia ter sido melhor não fosse a estratégia adotada pelos organizadores da Copa América para os ingressos. Se acertaram ao não permitir a venda no estádio, como é praxe em grandes competições, erraram ao exigir que quem comprou pela internet tivesse de ir a um centro comercial na Região Leste de Belo Horizonte, o Boulevard Shopping, para trocar o voucher pelo bilhete físico.
Como muita gente chegou à capital mineira somente ontem, filas enormes se formaram, compostas principalmente por argentinos e paraguaios, mas também por brasileiros. Mesmo quem chegou à capital na véspera passou raiva, pois foram registrados tumultos já na noite de terça-feira.
Houve também falha na comunicação.
DESLOCAMENTO A melhor opção para quem estava no Boulevard Shopping no início da noite era pegar o metrô, que fica próximo, descer na Estação Vilarinho e então pegar um táxi ou carro de aplicativo para chegar ao Mineirão. Mas essa informação não estava clara para os turistas, que ficaram ainda mais nervosos e perdidos.
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