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Pés pelas mãos

Como a conquista inédita do Raptors na NBA pode inspirar Tite, apaixonado por basquete, na campanha da Seleção em busca do nono título continental


postado em 16/06/2019 04:09

(foto: Ilustração: Marcelo Lelis)
(foto: Ilustração: Marcelo Lelis)

 

São Paulo — A bola oficial da Copa América chama-se Rabisco, mas uma pelota de cor laranja também inspira os rascunhos táticos do técnico da Seleção Brasileira na disputa da Copa América. Nas horas vagas, não são muitas, Adenor Leonardo Bachi pega o controle remoto e aprecia sem moderação as partidas da NBA. Tite não assiste aos jogos apenas no papel de fã da liga norte-americana de basquete. Enxerga com lupa, olhar de treinador. Pinça o que pode ser aplicado ao futebol e repassa alguns truques ao elenco. Os últimos ensinamentos são da conquista inédita do operário Toronto Raptors sobre o badalado Golden State Warriors — uma das inspirações do treinador antes e durante a Copa da Rússia em 2018.
Na entrevista coletiva após a vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia, no Morumbi, o Estado de Minas perguntou a Tite se a Seleção adota alguma artimanha dos finalistas da NBA. “Tem muita coisa que inspira, sim. Por exemplo, isolar a marcação de um para o bloqueio do outro em ações ofensivas. O bloqueio defensivo. Vamos lá, basqueteiros, me ajudem a explicar”, brincou.


O auxiliar Cléber Xavier acrescentou: “Esses princípios de basquete, de isolar um contra um, o jogo de bloqueio para não deixar fazer o arremesso... A gente não marca a entrada da área, a finalização e os lados com desarme, a gente marca com bloqueio. Esses princípios de não deixar o atleta virar de costas, as ações de defesa”, explicou o braço direito de Tite. Na passagem pela zona mista, Willian e Gabriel Jesus confirmaram que jogam, assistem e ouvem dicas do técnico.
Há semelhanças entre o sucesso do Toronto Raptors e o trabalho de Tite nesta Copa América. Campeã inédita da NBA, a franquia canadense não conta com um fora de série. Falta um LeBron James ou Stephen Curry. O elenco comandado por Nick Nurse tem Kahwi Leonard, DeMar De Rozan, mas assimilou a necessidade de se tornar um time.
O desafio de Tite é o mesmo depois do corte de Neymar. O Brasil se exibiu como time comum na burocrática vitória sobre a Bolívia. Longe de arrancar suspiros. Sem o único fora de série do grupo, a missão de Tite é “potencializar” (uma das expressões do titês) jogadores que chegaram à Seleção sem despertar grandes expectativas da torcida. O processo de montagem do elenco campeão da NBA é semelhante. Kyle Lowry, Fred vanVleet, Norman Powell e Pascal Siakam, por exemplo, chegaram ao Toronto sem badalação. Entretanto, todos eles alcançaram suas melhores versões, atuaram no limite da capacidade técnica e física.


Tite apostou em novatos na convocação para a Copa América. Sem Neymar, espera que Arthur, Rircharlison, David Neres, Everton e Lucas Paquetá atinjam o ápice e criem pontos de interrogação. “Temos que dar um suporte maior a eles para que tenham alegria para jogar, que sintam a responsabilidade, mas possam se desenvolver. Os mais jovens, como Richarlison, David Neres, Cebolinha, Arthur, precisam ter esse respaldo. Por isso, essa mescla com os mais cascudos, e daqui a pouco vai surgir o protagonismo. Vai aparecer. Individualidade não carrega o grupo todo. O esporte tem mostrado. Claro que, num momento, um aparece mais, o criativo. É inevitável, mas o conjunto tem que aparecer”, pondera Tite.

De livros a truques

 

A inspiração de Tite no basquete não é recente. Nos últimos amistosos antes da Copa da Rússia, ele distribuiu aos jogadores o livro Liderar com o coração, do badalado técnico Mike Krzyzewski, o “Coach K”. No mesmo período, adaptou à Seleção jogadas ensaiadas do Golden State Warriors para beneficiar Stephen Curry a fim de beneficiar Neymar. No basquete, o time da Califórnia puxava a marcação adversária para um canto da quadra e deixava Curry isolado no lado oposto. Em seguida, um deles fazia a bola cruzar a quadra para o armador definir o lance, quase sempre da linha de três pontos.
O truque foi testado no amistoso de 2017 contra o Japão, em Lille. Neymar abria na ponta esquerda e o restante do time concentrava a bola do lado direito. Quando os adversários se posicionavam mais perto da bola, um jogador tinha a liberdade para fazer a inversão da jogada com a intenção de deixar Neymar com mais espaço para superar com velocidade a marcação concentrada em marcar do outro lado.


Há várias citações a times de basquete. Numa delas, exaltou a dedicação de LeBron James na conquista do Cleveland. “O Cavaliers foi campeão da NBA com seu maior astro fazendo atuação defensiva. Todos gritando 'defesa, defesa'. Às vezes, precisamos valorizar atuações defensivas”, comparou, referindo-se a um gol do Brasil iniciado com roubada de bola de Neymar e Gabriel Jesus. No segundo gol da vitória sobre a Bolívia, Firmino, responsável por fazer o trabalho de pivô, inverteu papéis. Saiu da área e cruzou para Coutinho marcar.

Militão é mais uma preocupação

A bruxa continua atormentando a Seleção. Depois do corte de Neymar e das lesões do volante Arthur e do goleiro Ederson, ontem foi a vez de o zagueiro Eder Militão sofrer contusão durante o treino na Academia de Futebol, o CT do Palmeiras. O beque sentiu dores no quadril esquerdo após um movimento, deixou o campo para tratamento com a fisioterapia e ficará em observação. Segundo o departamento médico, não há previsão de exames. Militão será reavaliado hoje, em Salvador, onde o grupo treinará pela primeira vez para o duelo de terça-feira contra a Venezuela, na Fonte Nova.
Arthur treinou normalmente e deve retomar a vaga ocupada por Fernandinho na vitória sobre a Bolívia.

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