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Contra pressão, Shakira

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Contra críticas, mantra definido. Pressionado por maus resultados e declarações polêmicas, o técnico colombiano Hernán Darío Gómez mencionou a compatriota Shakira para ‘blindar’ os jogadores da Seleção Equatoriana às vésperas da estreia na Copa América. E o fez ao citar um sucesso lançado pela cantora há quase 21 anos.“Nós, neste grupo, somos cegos, surdos e mudos. Como Shakira”, disse, em entrevista após treino de ontem, no Sesc Venda Nova, Região Norte de Belo Horizonte. A frase é referência à música Ciega, sordomuda, primeira faixa do disco Donde están los ladrones?, lançado em 29 de setembro de 1998. Não foi a primeira vez que o ‘Bolillo’ citou Shakira para falar sobre questionamentos ao próprio trabalho. Em setembro de 2018, o comandante mencionou a cantora ao analisar o confronto com a Jamaica, que estava por vir: “Como diz Shakira, cego, surdo e mudo (na hora de receber críticas). O Equador tem muito a crescer”.  

Outra declaração que causou revolta entre torcedores do Equador foi a respeito das pretensões da equipe na Copa América.

“O sonho dos equatorianos é a Copa do Mundo. Quando saio nas ruas, ninguém me fala da Copa América”, disse, em março. À época, indicou ainda que a competição no Brasil seria oportunidade para o Equador “aprender”. A falta de ambição no time principal contrasta com o bom desempenho no Mundial Sub-20, em que ‘La Tri’ foi semifinalista.Para o jornalista equatoriano Andrés Muñoz, da FM88 Radioactiva, é esse tipo de posicionamento que ajuda a criar um ambiente de pressão. 

 “Para mim, a declaração (sobre Shakira) me parece normal. Bolillo não fez mais declarações polêmicas nos últimos dois meses. Isso de ser cego, surdo e mudo diante das críticas é uma forma muito própria de ele representar o que está acontecendo. Ele quer que os jogadores se blindem, o que é algo que todos vão buscar.

Acontece com o Brasil, com o caso de Neymar e todos os seus problemas. As declarações polêmicas dele têm mais a ver com isso de ‘aprender’ na Copa América. Por que esse discurso de ‘aprender’, se pode competir?”, diz. Além dos posicionamentos polêmicos, as críticas a ‘Bolillo’ se devem ao desempenho da Seleção Equatoriana.

Afinal, o time não venceu no ano. São quatro jogos, com dois empates (Honduras e Venezuela) e duas derrotas (México e Estados Unidos), em 2019. “Se uma seleção não jogou nenhuma partida oficial com o treinador – só jogou 10 amistosos —, não deveria haver tanta pressão, deveria haver consciência. Mas como essa é a segunda passagem de ‘Bolillo’ Gómez pelo Equador, já é um personagem que não deixa as pessoas indiferentes. As pessoas antecipadamente têm um julgamento.

Muitas declarações dele há alguns meses não foram certeiras e mudaram o ambiente, além dos últimos resultados, que não foram os melhores”, analisa Andrés Muñoz.

Peça importante do time, o zagueiro Arturo Mina defendeu o elenco e projetou um bom desempenho na Copa América. “É um grupo jovem, mas tem jogadores com muita experiência. É um grupo forte. É um grupo unido. Trabalhamos bem e queremos chegar o mais longe possível. O objetivo é ganhar, mas é difícil”, frisou. No treinamento de ontem, o clima era de descontração nos 20 minutos abertos aos jornalistas. A atividade, realizada na Toca da Raposa II, foi a penúltima da equipe antes da estreia na Copa América. O Equador enfrenta o Uruguai amanhã, a partir das 19h, no Mineirão, pela primeira rodada do Grupo C.

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