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Nem só de 6 a 1 se faz uma história

Em 2011, graças ao adversário minúsculo, nos salvamos; agora, essa muleta não nos servirá mais


postado em 12/06/2019 04:19


Twitter: @gustavonolascoB

Nós, torcedores do Cruzeiro (real patrimônio e financiadores do clube), estamos entre a cruz e a espada. Viver as delícias ou tristezas passageiras de um resultado em campo ou sair da inércia, assumindo um papel de protagonista no processo doloroso – e possivelmente traumático – de resgate da nossa história centenária?

Se pensarmos no agora, no momento fugaz, o sorteio do nosso adversário na próxima fase da Copa do Brasil não poderia ter sido melhor. A distância separando o Atlético de Lourdes dos gigantes do futebol brasileiro poderia ser vista como um oceano de mar calmo. Sob qualquer comparativo, seja ele de títulos, dívidas, torcida, escola de futebol e principalmente de caráter, a goleada a nosso favor vai muito além de um efêmero “6 a 1”.

Por outro lado, cair na bobagem de enxergarmos a Turma do Sapatênis como rivais (algo extinto na década de 1990), pode nos jogar em meio a uma cortina de fumaça sonolenta e irreal.

A crise financeira e de moral criada pela cartolagem (de agora e de outrora) não nos permite brincar com o futuro próximo. Não podemos nos ater às consequências (positivas ou negativas) do instante, do provisório, dos três pontos, de uma simples classificação ou desclassificação num torneio do qual já somos incontestavelmente os maiorais do Brasil.

O que está em jogo não é chacotear o vizinho no dia seguinte ao jogo. Não nos é mais permitido acreditar que, a cada pênalti defendido pelo Fábio, o câncer da sangria dentro da instituição Cruzeiro Esporte Clube se esvairá.

Da mesma forma, o desespero causado pelo sensacionalismo não pode nos transformar em massa de manobra de qualquer corrente política: seja da atual gestão ou da sua oposição. Isso porque as trocas de diretorias não trouxeram moralidade, modernidade ou transparência para dentro do clube. Pelo contrário, o tumor de R$ 500 milhões de dívidas é um acúmulo de culpa de TODAS elas, negligenciado por um sistema político arcaico refletido no seu Conselho Deliberativo.

O respiro desse mês de junho talvez seja o instante ideal não só para decidirmos, como torcida, se vamos ser momento ou história. Está aí para termos a clarividência de que não podemos usar os resultados dentro de campo como subterfúgios daqui para frente.

No que tange às quatro linhas, estamos frente a uma nau aparentemente sem rumo, ou pior, viciada num rumo manjado... Sai Pedro Rocha, entra David. Sai Sassá, entra Raniel... A incapacidade de surpreender tem sido a marca principal do Manobol. Só vencemos quando o adversário é ainda mais teimoso, ao ponto de acreditar que o Cruzeiro não jogará na mesmice tática de sempre. O respiro de junho pode também nos mostrar que a busca por um novo título, seja da Copa do Brasil ou da Libertadores, não pode superar a necessidade de regressar à essência da Academia Celeste, do futebol arte, da categoria de base revelando craques.

Popó, Marco Antônio e Weverton nem sequer tiveram a oportunidade de jogar uma partida (ou um tempo dela) para – ao menos – surpreender um adversário ou dar gás a um time cansado. Como um clube que necessita “fazer caixa” se dá ao luxo de gastar quase R$ 20 milhões/ano com um único jogador veterano e não coloca em campo jovens que são ativos do clube?

Se no gramado, junho será respiro, fora dele, será furacão. E assim deve ser! O Conselho Deliberativo tem a obrigação de assumir seu papel nessa guerra entre grupos políticos. Não de “caça às bruxas”, mas sim o de passar a limpo o modus operandi que serviu à TODAS as diretorias irresponsáveis com a história da instituição Cruzeiro.

Em 2011, Zezé Perrella esteve perto de jogar na lata do lixo sua história de multicampeão como presidente do Cruzeiro. Naquela ocasião, à beira de uma Série B, veio a sorte do destino, que lhe reservou pela frente o Atlético de Lourdes, embebido na empáfia de seu ex-presidente Alexandre Kalil. Graças ao adversário minúsculo, salvou-se.

Agora, o abismo não poderá ser resolvido dentro de campo, independentemente do resultado da próxima fase da Copa do Brasil. Se para os momentos efêmeros pudemos contar com um “6 a 1”, agora, para resgatar e salvar a nossa história centenária, não teremos essa muleta.

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