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Uma questão de prioridade

Os esforços no Atlético poderiam se concentrar em qualificar o grupo, para que Rodrigo Santana tenha mais cartas na mão para colher bons resultados, em vez de gastar muito com um técnico medalhão


postado em 24/05/2019 04:07

Na quarta-feira, Rodrigo Santana, técnico interino do Atlético, completará 37 anos. É o mais jovem treinador entre os 20 que comandam clubes da Série A do Campeonato Brasileiro – 37 dias mais novo que Eduardo Barroca, que dirige o Botafogo. A idade costuma ser traiçoeira no mundo do futebol. Enquanto técnicos mais moços carregam consigo a desconfiança da inexperiência, os mais velhos são desafiados sempre a mostrar que não estão ultrapassados. Nem um, nem outro. Como tudo na vida, tais teses não passam de rótulos. Não caiam nessa armadilha.

O frescor da juventude de Rodrigo Santana está longe de significar que ele esteja cru para desempenhar a função no Galo. Assim como é possível a um comandante rodado estar atualizado a respeito das novas nuances do futebol. A aquisição de conhecimento está relacionada tão somente ao interesse que a pessoa tem em crescer, em melhorar, em aprender. E, para isso, não há idade-limite. Nunca é cedo demais, nem tarde demais.

Embora tenha sido surpresa para a maioria, Rodrigo Santana não caiu de paraquedas no futebol, muito menos no Atlético. Pelo contrário. Ele tem uma trajetória bem interessante nas quatro linhas, que poucos devem conhecer. E a marca dessa história é, justamente, a forma precoce com que as mudanças foram se sucedendo na vida dele. Deve, inclusive, ter ajudado a forjar o profissional que é hoje.

Nascido em Santos, Rodrigo Santana começou no futebol como jogador, e bem cedo. Os primeiros chutes na bola foram na escolinha da Associação Atlética dos Portuários de Santos, aos 5 anos. Integrou depois as categorias de base do Santos e do Jabaquara Atlético Clube, também da Baixada Santista. Centroavante, ele jogou por times do Sul e do Nordeste do Brasil, tendo passagens curtas pelo exterior, até uma fratura na mão, em 2010, mudar os rumos da carreira. Foram três meses com o braço engessado, e o convite para compor a comissão técnica do Camboriú, que era dirigido por um amigo dele. Como estava sem trabalhar, aceitou. Tinha 28 anos na época. Iniciava, então, a caminhada fora das quatro linhas. Meses depois, o amigo foi demitido. E Rodrigo virou o treinador da equipe.

Ter iniciado cedo como técnico deu a ele um olhar diferente. À experiência de campo, agregou a visão de comandante. Em suas entrevistas, sempre destacou gostar de esquemas mais ofensivos, de estimular que seu time jogue em busca do gol. Chegou à URT no fim de 2016, após rápida passagem pelo Uberaba. Em 2017, o Trovão Azul foi pela segunda vez seguida campeão mineiro do interior, Rodrigo Santana foi eleito o melhor técnico do Estadual e a equipe ainda chegou às quartas de final da Série D do Brasileiro.

Em março de 2018, caiu nas quartas de final do Mineiro para o Atlético. Em julho, o alvinegro foi buscá-lo em Patos de Minas, para ser o coordenador de suas categorias de base. Após 16 dias no clube, virou técnico do Sub-20. Na ocasião, deu uma declaração que acabou se tornando visionária: “Estou muito confiante no meu futuro dentro Galo, ajudando o Sub-20, junto com a comissão técnica, com o apoio do Canela, que estará comigo. Esperamos fazer um grande trabalho para revelar vários atletas com muita capacidade e prontos para servir à equipe profissional”. Pois esse futuro chegou foi para ele, e bem rápido. Oito meses mais tarde, assumiu o profissional, no lugar do demitido Levir Culpi.

São 11 partidas como treinador interino, sendo cinco vitórias, quatro derrotas e dois empates. Aproveitamento de 57,5%. Apesar de volta e meia surgirem rumores sobre a busca do Atlético por um nome experiente no mercado para dirigir o time – depois das negativas de Tiago Nunes (preferiu continuar no Athletico), Rogério Ceni (decidiu permanecer no Fortaleza) e do colombiano Juan Carlos Osorio –, na Cidade do Galo há quem apoie a permanência de Rodrigo Santana no comando. Faz sentido, não apenas pelos resultados. Os números, frios, são apenas uma parte do trabalho que ele vem fazendo desde que foi convocado pela diretoria, em 11 de abril. Há mais aspectos a se analisar, e eles apontam para uma tese que deveria ser levada em consideração pela diretoria alvinegra.

Neste momento, diante do que está estabelecido no alvinegro, os esforços poderiam se concentrar em qualificar o grupo, para que Rodrigo Santana tenha mais cartas na mão para colher bons resultados, em vez de gastar muito com um medalhão que chegará cercado de incertezas (até porque não há certezas no futebol) e que vai condicionar sua vinda, de todo jeito, a contratações. Com o caixa atleticano combalido, é preciso pesar bem as prioridades.

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