Hoje é Dia das Mães, e parabenizo a todas as mães do Brasil e do mundo. Só que as mães brasileiras, que gostam do futebol, não têm o que comemorar. Vivemos o pior momento da nossa história no esporte bretão, com jogos sofríveis, técnicos enganadores e milionários, ex-jogadores em atividade ganhando fortunas como se estivessem na Europa. Por falar no Velho Mundo, que maravilha o futebol inglês. Os inventores do esporte farão a final da Champions League, com Liverpool e Tottenham, e a final da Europa League, com Arsenal e Chelsea. Por que será que os times da terra da Rainha estão reinando no mundo?
Primeiro, pela organização. Segundo, pela qualidade dos técnicos que lá trabalham. Terceiro, pelo talento dos jogadores e o comprometimento profissional.
Vejam o Tottenham, finalista da Champions. Gastou R$ 5 bilhões para a construção do novo estádio, inaugurado recentemente. O técnico argentino Maurício Pochettino não teve dinheiro para contratar – exceto por Lucas Moura, contratado em janeiro de 2018 por R$ 83 milhões. Mesmo assim, Pochettino, que é técnico de verdade e não enganador como a maioria dos técnicos brasileiros, deu padrão de jogo, definiu um esquema e contou com a colaboração de jogadores profissionais.
O futebol inglês ficou fora da Champions por alguns anos. O mau comportamento de seus torcedores proporcionou tal punição. Os hooligans foram dizimados, os clubes se fortaleceram e criaram um novo modelo na Premier League.
Já os brasileiros não conseguem trabalhar fora do Brasil, exceto no mundo árabe. Nem os japoneses os querem mais, pois sabem que não têm nada a acrescentar. Por aqui, ganham fortunas, enganam torcedores e ficam ricos. Tem uns aí que jamais ganharam um Brasileiro ou uma Libertadores, mas têm uns três prêmios de Mega Sena na conta, fruto da irresponsabilidade de dirigentes que pagam o que podem e o que não podem para esses enganadores.
Lamento, queridas mamães, pois gostaria muito de estar enaltecendo o nosso futebol. Mas não sei mentir, nem tampouco iludir, principalmente num dia tão especial. Sei que é duro ouvir verdades, mas o nosso futebol está retratado dessa forma porque o que estou escrevendo as senhoras têm visto ao longo dos anos. Que saudades de Telê Santana, Carlos Alberto Silva, Osvaldo Brandão, Cláudio Coutinho e tantos outros treinadores que visavam ao futebol-arte, que exigiam profissionalismo de seus comandados. Hoje há um bando de mercenários, que só querem usurpar o dinheiro do clube sem dar contribuição ao futebol. Claro que há exceções.