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'Tempestadezinha' que não passa

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A eliminação na fase inicial da Copa Libertadores já é passado no Atlético, mas as reflexões sobre os erros cometidos na era recente promete se arrastar pelos próximos dias. As falhas no planejamento se repetem pelo segundo ano consecutivo na administração do presidente Sérgio Sette Câmara, interferindo diretamente nos resultados de campo e aumentando significativamente a insatisfação dos torcedores. Mesmo assim, o zagueiro Leonardo Silva, um dos mais experientes do grupo e há mais tempo no Atlético, disse na terça-feira, depois da desclassificação, que o momento ruim “é uma tempestadezinha que a gente está atravessando, mas o futuro é brilhante, porque nós somos homens, vamos trabalhar bastante”.

Na última temporada, o Galo também foi derrotado pelo Cruzeiro na decisão do Campeonato Mineiro, viveu por vários dias a indefinição do novo treinador, foi eliminado de uma competição em que havia enorme expectativa de boa campanha (no caso, a Copa do Brasil) e começou o Campeonato Brasileiro com a autoestima em baixa. O trabalho dos dirigentes a partir de agora é recolocar o clube nos eixos para voltar a figurar na parte de cima das competições.

Apesar de a torcida ficar na expectativa, o clube vai esperar o anúncio do novo treinador para buscar os três reforços pretendidos pela diretoria. Ontem, o técnico Rogério Ceni recusou proposta do Galo e confirmou a permanência no Fortaleza. Desta forma, a cúpula deve partir para um plano B, que pode ser um estrangeiro: ex-auxiliar de Jorge Sampaoli, Sebastián Beccacece, atualmente no Defensia y Justicia, é um dos cotados.

O Atlético começou os Brasileiros de 2007, 2008 e 2018 com técnicos interinos. Em 2014, Paulo Autuori comandou o time na estreia e foi demitido. Em 2016, Diego Aguirre dirigiu a equipe contra o Santos, na primeira rodada, e também foi mandado embora.

Contratado no início deste mês, o diretor de futebol Rui Costa afirma que o clube traçará um planejamento diferente para remodelar o grupo para o Campeonato Brasileiro – o Galo estreia sábado, contra o Avaí, às 19h, no Independência.

“Temos um grupo muito competente, um grupo de jogadores que fizeram história no clube e que têm condições de continuar fazendo história. Temos que valorizar o grupo que está trabalhando, que está triste, está indignado, está bastante abalado com a derrota. E pensar profissionalmente que aquilo que o mercado nos proporcionar nós vamos trazer para incorporar e agregar mais qualidade à nossa equipe”.

Além do Brasileiro, o Atlético jogará neste ano a Copa do Brasil e, caso fique em terceiro no Grupo E da Libertadores, herdará uma vaga na Copa Sul-Americana, competição que Sérgio Sette Câmara claramente desprezou no ano passado. Agora, porém, o discurso pode mudar, pois a competição internacional pode ser interessante para recuperar a imagem do clube internacionalmente, sobretudo depois do fiasco na Libertadores.

O armador Geuvânio, que não estava inscrito na competição, entende que tudo o que o Atlético viveu nos últimos meses não pode abalar o trabalho dos jogadores: “A gente não pode deixar que isso influencie o nosso dia a dia. Temos confiança nos atletas, todos têm condição de ser titular. Não pode deixar que o extracampo interfira no nosso desempenho. Passamos por momentos difíceis, mas isso servirá de aprendizado para o grupo.
Temos de corrigir os defeitos para voltar a conquistar os resultados positivos daqui para a frente”.

CAZARES Para o confronto com o Avaí, o Galo vive a expectativa de contar novamente com o equatoriano Cazares, que se recupera de edema na coxa esquerda. Ele começou a correr no campo ontem. Já os zagueiros Réver (entorse no tornozelo esquerdo) e Igor Rabello (entorse no joelho esquerdo) têm menos chance de atuar no fim de semana.


HISTÓRICO DE INSUCESSOS
(desde a conquista da Copa do Brasil, em 2014)


2015

5/7 – Eliminado nas oitavas da Libertadores para o Internacional
19/8 – Caiu nas oitavas de final da Copa do Brasil, surpreendido pelo Figueirense
26/11 – Clube demite Levir Culpi a duas rodadas para o fim do Brasileiro
6/12 – Confirmou o segundo lugar no Brasileiro depois de golear a Chapecoense por 3 a 0, no Mineirão

2016
8/5 – Perdeu o título mineiro para o América, em pleno Mineirão, com ampla torcida alvinegra
18/5 – Eliminado nas quartas de final da Libertadores diante do São Paulo
19/5 – Diretoria opta pelo desligamento do técnico uruguaio Diego Aguirre
20/5 – Clube contrata o técnico Marcelo Oliveira
24/11 –  Cúpula faz nova vítima na comissão técnica: Marcelo Oliveira é demitido depois do primeiro jogo contra o Grêmio pela final da Copa do Brasil. Roger Machado assume seis dias depois
7/12 – Perdeu o título da Copa do Brasil para o Grêmio
11/12 – Terminou o Campeonato Brasileiro em quarto lugar


2017
20/7 – Clube demite o técnico Roger Machado e anuncia Rogério Micale um dia depois
26/7 – Eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil para o Botafogo
9/8 – Eliminado nas oitavas de final da Copa Libertadores diante do Jorge Wilstermann
24/9 – Diretoria demite Rogério Micale depois de derrota para o Vitória, no Horto. Dois dias depois, chega Oswaldo de Oliveira
3/12 – Encerrou o Campeonato Brasileiro em nono lugar, pior colocação dos últimos anos

2018
7/2 – Clube demite o técnico Oswaldo de Oliveira e o auxiliar técnico Thiago Larghi assume a equipe interinamente
8/4 – Perdeu o título mineiro para o Cruzeiro
8/5 – Eliminado na fase inicial da Copa Sul-Americana para o San Lorenzo
16/5 – Saiu nas oitavas de final da Copa do Brasil para a Chapecoense nos pênaltis
20/6 – Thiago Larghi é efetivado no cargo
17/10 – Clube opta pelo desligamento de Thiago Larghi e anuncia Levir Culpi um dia depois
30/10 – Diretoria também dispensa o diretor de futebol Alexandre Gallo e nomeia Marques para a função
1/12 – Ficou em sexto lugar no Campeonato Brasileiro


2019
11/4 – Galo demite Levir Culpi e contrata o diretor de futebol Rui Costa
20/4 – Perdeu o título mineiro para o Cruzeiro
23/4 – Eliminado na fase inicial da Copa Libertadores

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