O Cruzeiro é o grande favorito à conquista do título mineiro. Isso é fato! Não me venham com essa balela de que em clássico não tem favorito, pois tem sim e, neste momento, o time azul é o melhor do Brasil. Dito isso, avisei que Levir Culpi não era treinador para o Atlético. Saiu daqui com o rabo entre as pernas, com péssimo trabalho em 2015. Ultrapassado, retrógrado e grosseiro. Ainda passou vexame em dizer que o Galo tinha vantagem no “Campeonato Gaúcho” (é Mineiro) e que a derrota para o “Peñarol” (foi para o Cerro Porteño), no Paraguai, fora um apagão. Como pôde o Atlético, de tantas conquistas, ter no seu comando um técnico assim? Felizmente, foi demitido antes do clássico.
Qualquer um que assuma terá mais discernimento e mais clareza em armar uma equipe. Vale dizer que ele não é o único culpado.
Dos jogadores citados e em péssima fase, claro que há alguns com grandes serviços prestados ao futebol brasileiro. Victor é um ídolo e foi fundamental na campanha da Copa Libertadores, da Copa do Brasil e da Recopa, conquistas inéditas do Galo na gestão do maior presidente e mais vencedor da história, Alexandre Kalil. Porém, o futebol dele caiu, junto com o time.
Talvez estejam precisando de treinos mais eficientes, pois com Levir o time não tinha esquema de jogo, tampouco padrão. Era um bando em campo. Isso é reflexo de péssimos treinamentos. Alguns técnicos brasileiros não se modernizam, são ultrapassados e arrogantes. Repito o que escrevo há tempos: este grupo do Atlético é igual a, pelo menos, 15 equipes do Brasil. O problema é que estava mal treinado e desorganizado.
Não tenho dúvida de que o Galo não deveria ter saído do Independência. Entendo o pensamento de grandeza do presidente Sérgio Sette Câmara, mas foi no Horto que o Atlético teve suas maiores conquistas em 111 anos de história. Ali ganhou uma Libertadores e uma Copa do Brasil.
Estádio grande é bobagem. Os clubes europeus têm estádios com capacidade para 45 mil ou 50 mil pessoas, no máximo. Tanto que a Arena MRV será construída nesses moldes. No Horto, com 23 mil pessoas, o Galo tem lucro e não paga as taxas absurdas do Mineirão. Sei que há uma campanha dirigida contra Sette Câmara. Ele tem a responsabilidade de manter o clube equilibrado, melhorar suas finanças e deixá-lo melhor, quando sair. O problema é que o torcedor não entende isso e se junta aos abutres de plantão para detonar o dirigente e o clube. Não são os verdadeiros atleticanos e sim aproveitadores. Sempre existiu corrente que puxa para baixo no Atlético.
E o Cruzeiro, que está voando, como o melhor time e grupo da atualidade no nosso futebol, não tem nada com isso, agradece a crise no rival e espera uma grande vitória nesta tarde. Se o Atlético entrar com a mentalidade e o futebol de quarta-feira, será goleado novamente. É preciso dar o mínimo de estrutura tática à equipe e os jogadores lavarem a roupa suja entre eles, dar mais sangue e, acima de tudo, mais qualidade. Neste momento, a vantagem de jogar por empate no saldo de gols, que é do Galo, fica em segundo plano diante de sua fragilidade e da força do rival. Levir Culpi, antes de ser demitido, disse que “quem não acredita no Galo, não precisa ir ao Mineirão domingo”. Ele foi o primeiro a não acreditar, pois foi demitido e não estará no Gigante da Pampulha. Acho até que o Galo poderia dar uma justa-causa nele, pelos prejuízos que causou à equipe, com futebol tão medíocre e abaixo da crítica..