A quinta passagem de Levir Culpi pelo Atlético foi marcada por momentos de bipolaridade em suas várias entrevistas coletivas. Acostumado a usar frases de efeito e bem-humoradas, que normalmente incluem temas como política e educação e se transformam em manchetes nos noticiários, o treinador constantemente alternou discursos irônicos com palavras duras e períodos de impaciência no contato com os jornalistas, muitas vezes deixando de explicar os fatos ou omitindo alguma informação sobre a equipe.
Segundo o próprio Levir, a mudança de comportamento nas entrevistas ocorreu justamente pela instabilidade alvinegra dentro das quatro linhas. “Quando eu vou ao velório, eu não faço piadas. É isso (a resposta)”, disse o treinador em entrevista em 15 de março, dois dias depois da derrota para o Nacional-URU por 1 a 0, em Montevidéu, a segunda em duas partidas pela Libertadores.
Por várias vezes, Levir optou por esconder os pontos fracos do time alvinegro. Recentemente, depois da vitória difícil sobre o Zamora por 3 a 2, pela Libertadores, ele se irritou ao ouvir uma crítica pontual sobre as falhas no sistema defensivo. “A bola aérea é o lance mais difícil do jogo, você sabia disso também? Eu acho que você foi muito duro, e acho que não é isso tudo. Respeito sua posição, mas você está equivocado”.
Com a chegada do lateral-direito Guga nesta temporada, o treinador foi muitas vezes questionado sobre o motivo pelo qual o jovem não era titular no lugar do questionado Patric. Em praticamente todas as respostas, Levir usou a ironia e se absteve de responder o motivo pela não escolha do novato: "Eu não gosto do Guga, cara.
Em outra ocasião, ele foi perguntado por um jornalista uruguaio depois do jogo contra o Nacional o porquê de não dar chance ao armador David Terans. O comandante novamente se irritou com a pergunta: “O motivo foi que eu pensei outras coisas, tá? Se você pensa que o Terans tem que jogar, eu pensei que ele não tinha. Foi por esse motivo que ele não jogou”.
Quando foi perguntado sobre o que poderia fazer para melhorar a marcação no meio-campo, Levir deu outra vez uma resposta seca: “É fazer mágica. Temos que montar um sistema com a participação de todos”.
gargalhadas Levir também não deixou de lado o bom humor em várias ocasiões. Neste mês, ele brincou com o expressivo número de 400 jogos do goleiro Victor pelo clube: “O Victor tem mais jogos que eu? Não acredito. Vou ter de tirar ele do time para passar ele (risos)”.
Ao comemorar a classificação à pré-Libertadores, depois da difícil vitória sobre o Botafogo por 1 a 0, pela última rodada do Brasileiro, Levir novamente usou tom de humor: “Não falei que ia ser fácil? Todo mundo viu. Tem que ter essa sofrência. Não sei quem escreveu isso.
Altos e baixos
“O Victor tem mais jogos que eu? Não acredito. Vou ter de tirar ele do time para passar ele”
Em coletiva, às vésperas de o goleiro completar seu 400º jogo pelo Atlético
“Quando eu vou ao velório, eu não faço piadas. É isso”
Em entrevista dois dias depois da derrota para o Nacional, em Montevidéu
“Não falei que ia ser fácil? Todo mundo viu. Tem que ter essa sofrência. Não sei quem escreveu isso. Acho que fui eu”
Quando o Atlético confirmou a classificação à pré-Libertadores, ano passado
“Eu não gosto do Guga, cara. Ele é chato. Não gosto dele, acho que joga mal”
Em resposta sobre o motivo para não escalar Guga no lugar de Patric
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