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É vencer ou vencer

Em partida com clima de decisão, Atlético visita Cerro Porteño para manter sonho de ir às oitavas de final da Libertadores. Triunfos sobre Zamora e Boa deram confiança aos jogadores


postado em 10/04/2019 05:12

"Chegamos confiantes depois da grande partida que fizemos (contra o Boa). Está todo mundo disposto a reverter essa situação" Elias, volante atleticano (foto: Bruno Cantini/Atlético)



Assunção
– No Aeroporto Internacional de Assunção, todos que passavam em frente à TV paravam para ver. Na tela, a Seleção Paraguaia Sub-17 vencia o Peru, no Sul-Americano da categoria. Nas ruas, nos táxis e no hotel, a sensação é uma só: o bom momento do futebol local contagiou a população. E é justamente nesse ambiente, de uma cidade que “respira” o esporte, que o Atlético terá o jogo mais importante da temporada até aqui. Em partida com cara de decisão de campeonato, o alvinegro desafia o Cerro Porteño, a partir das 19h15 (de Brasília), pela quarta rodada do Grupo E da Copa Libertadores. Como não poderia ser diferente, o Estádio General Pablo Rojas, conhecido como La Nueva Olla Azulgrana, deverá receber mais de 30 mil torcedores.

Para o Atlético, é decisão mesmo. Em terceiro lugar na chave, com 3 pontos, a equipe comandada por Levir Culpi precisa vencer para não se distanciar ainda mais do sonho de conquistar vaga nas oitavas de final. À frente na classificação estão o Nacional-URU (segundo colocado, com 6) e o Cerro (líder, com 9). O lanterna é o Zamora-VEN, que ainda não pontuou.

A situação complicada na matemática do grupo não intimida os jogadores do Atlético. De volta ao time após ser poupado na goleada por 5 a 0 sobre o Boa, o atacante Maicon Bolt frisa que a virada sobre o Zamora (3 a 2), na terceira rodada da Libertadores, aumentou o moral do grupo. “A gente precisava disso, daquele segundo tempo contra o Zamora. Nos deu confiança. Espero que a gente possa fazer uma grande partida aqui e voltar para casa com os três pontos”, disse.

Ontem à tarde, o Galo treinou no campo da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). A tendência é que Levir Culpi mantenha a base do time que vem atuando. Com virose, o atacante Luan não participou da atividade e sua presença ainda é dúvida. Se ele não puder atuar, o colombiano Yimmi Chará e o uruguaio David Terans são opções.

No meio-campo, também há incerteza. Adilson e Zé Welison disputam vaga para atuar ao lado de Elias. Mudança certa é a saída do zagueiro e capitão Réver. O jogador de 34 anos está suspenso por acúmulo de três cartões amarelos. Leonardo Silva, acionado por Levir no segundo tempo da partida contra o Boa, deve ser escalado.

Entre os jogadores, o otimismo reina, especialmente após as vitórias sobre Zamora e Boa. “Chegamos confiantes depois da grande partida que fizemos (contra o Boa). Está todo mundo disposto a reverter essa situação. Temos condições para isso. A gente sabe que vai enfrentar uma grande equipe, mas temos tudo para fazer um grande jogo e sair com a vitória”, destaca Elias.

DESAFIO Para avançar às oitavas após iniciar a fase de grupos com duas derrotas, o Atlético precisa quebrar um longo tabu. A última – e única – vitória alvinegra em solo paraguaio na Libertadores ocorreu há quase 38 anos.

Naquele 21 de julho de 1981, Éder Aleixo, que integra a comissão técnica alvinegra atual, fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o próprio Cerro Porteño. Em nove partidas no Paraguai, o Galo tem uma vitória, quatro empates e quatro derrotas.

Vencer para avançar “Um triunfo basta para o carnaval”. Com essa manchete o diário popular Crónica apresenta o momento vivido pelo Cerro Porteño. Com 100% de aproveitamento na Copa Libertadores, o time comandado pelo espanhol Fernando Jubero depende apenas de uma vitória para garantir lugar no mata-mata. Nas ruas de Assunção, o otimismo é evidente. “Vamos atrás do nosso sonho, vamos atrás da Copa (Libertadores)”, disse um torcedor local. O Cerro tenta conquistar o principal torneio continental pela primeira vez. O arquirrival Olimpia venceu a competição três vezes. “Não temos que especular com o resultado, temos que vencer e não podemos recuar apenas para nos contentarmos com um ponto. A gente tem que vencer”, disse Jubero.

 

 

FICHA TÉCNICA
CERRO PORTEÑO X ATLÉTICO

Cerro Porteño: Muñoz; Escobar, Marcos Cáceres, Amorevieta e Marcos Acosta Rojas; Carrizo, Victor Cáceres, Aguilar e Ruiz; Nelson Haedo Valdéz e  Larrivey
Técnico: Fernando Jubero
Atlético: Victor; Guga, Leonardo Silva, Igor Rabello e Fábio Santos; Adilson (Zé Welison), Elias, Luan (Chará ou David Terans), Cazares e Maicon Bolt; Ricardo Oliveira
Técnico: Levir Culpi
4ª rodada do Grupo E da Libertadores
Estádio: General Pablo Rojas
Horário: 19h15
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Assistentes: Alexander Guzman e Dionisio Ruiz (COL)
TV: Fox Sports
Pendurados: Elias, Igor Rabello, Patric e Ricardo Oliveira


CUPIDO ALVINEGRO
Desde 17 de julho de 2013, quando o Atlético enfrentou o Olimpia, em Assunção, pelo jogo de ida da final da Libertadores, uma história um pouco diferente da do título conquistado pelo Galo dias depois, em Belo Horizonte, começou a se desenhar. É sobre como um brasileiro e uma italiana que se conheceram na capital paraguaia e começaram uma vida juntos. Guilherme Silva deixou BH de ônibus rumo a Assunção para ver o Atlético na inédita final de Libertadores. E no hotel conheceu a italiana Vanessa Veron, que trabalhava como recepcionista. Depois que Guilherme voltou para o Brasil, continuaram se comunicando pelas redes sociais, ele acabou voltando ao Paraguai para encontrá-la e começaram a namorar. Hoje, vivem juntos em Assunção e vão torcer juntos pelo Galo – Vanessa virou atleticana “de carteirinha”.


Nova casa erguida por torcedores

Bastam poucos passos numa ruazinha sem nome para deixar um dos mais acanhados estádios de Assunção e chegar ao maior deles. Do alto das arquibancadas do tímido Arsenio Erico é possível ver o temido caldeirão que aguarda o Atlético nesta noite.

São 45 mil lugares no imponente Estádio General Pablo Rojas – quase 40 mil a mais que o humilde vizinho, que pertence ao Nacional. Mais conhecida como La Nueva Olla Azulgrana (A Nova Panela Azul-Grená, em tradução livre), a casa do Cerro Porteño simboliza um bairro que respira futebol todos os dias.

Em um espaço de menos de 2,5 quilômetros quadrados, instalações de sete clubes, profissionais e amadores, tomam conta das ruas. É o Bairro Obrero. Nome emblemático, que em português significa trabalhador – justamente a classe em que futebol se apoiou para se tornar popular.

O nome é ainda mais representativo para o Cerro. Clube com raízes populares, o adversário do Galo se apoiou nos próprios torcedores para promover uma grande reforma no “La Olla”, entre 2014 e 2017. Sim, o estádio, cuja inauguração data de 1970, foi, em parte, reformado por integrantes de torcidas organizadas do clube.

Desempregados, cerca de 40 deles começaram a trabalhar na construção em fevereiro de 2016. Por lá permaneceram por um ano e meio. “Quem ia pensar que eu poderia construir meu próprio estádio?”, disse, à época, Rodrigo Millán, torcedor que participou da obra.

SENTIMENTOS Em meio a tantas histórias e tantos clubes de futebol, os sentimentos afloram. Não à toa, o bairro virou “A Capital do Sentimento”. E assim tem sido há muitos anos. Seja durante o dia, quando os pouco mais de 20 mil moradores vivem com tranquilidade. Seja à noite, quando os estádios – do mais imponente ao mais simples – se enchem para o espetáculo trabalhador.

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