Rio de Janeiro – O Rio está debaixo de chuva, com casas desabando, ciclovia caindo, mais uma vez, uma calamidade só. Tudo isso, fruto de desgovernos e de um povo mal-educado também, pois, em vez de jogar papéis e outros detritos no lixo, joga nas ruas, entupindo os bueiros por onde a água deveria escorrer. O resultado é essa tragédia, com carros e gente sendo engolidos pela enxurrada. Estou aqui porque ontem houve a posse do novo presidente da CBF, Rogério Caboclo, para um mandato de quatro anos. Cobri pela Rádio Tupi do Rio, a rádio de maior audiência do país, em caráter nacional. Temos, também, o orgulho de saber que o ex-presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF) Castellar Guimarães Neto é um dos oito vice-presidentes, além do cargo que ocupa na Fifa. É Minas Gerais marcando seu nome no cenário nacional. Que o novo presidente da entidade possa modernizar ainda mais o futebol brasileiro para que possamos sonhar com o hexa em 2022.
Dito isso, é hora de falar de Cruzeiro e Atlético na Libertadores. Hoje, o Mineirão vai ficar pequeno para a China Azul. Com 100% de aproveitamento na competição, vai em busca da quarta vitória, pois sonha em ser o maior pontuador da primeira fase para levar a vantagem de decidir em casa até a semifinal – este ano, a decisão será em jogo único, no Chile. Não me canso de dizer que o time azul é o melhor do país, com um grupo muito forte e peças de reposição que seriam titulares em qualquer equipe do país. O Cruzeiro se deu ao luxo de negociar De Arrascaeta, que saiu pela porta dos fundos e deixou a torcida irada. Mas repôs com Rodriguinho, que caiu como uma luva e tem sido o melhor jogador. A ponto de o torcedor nem sentir falta de Thiago Neves, que foi pretendido pelo Grêmio e o negócio não foi realizado.
No Paraguai, o Atlético tem mais um jogo da vida. Tem sido assim a cada temporada, com atuações instáveis e um time de qualidade duvidosa, além de um treinador ultrapassado. Quando Luan é eleito pela torcida o melhor jogador da equipe, é porque algo de muito errado tem acontecido. É apenas um jogador limitado, que corre o campo todo sem guardar posição, como uma barata tonta. Aí, dá um carrinho com a bola saindo e a galera delira. Coisa de torcedor carente, nos dias atuais, em que qualquer jogador medíocre ganha R$ 400 mil por mês. O Galo estreou na Libertadores perdendo para o Cerro, no Mineirão, e para recuperar esses três pontos somente vencendo o time paraguaio, esta noite, na case dele.
Sei que o torcedor é passional e pura emoção. Ele quer um time gigante, com grandes jogadores, em condições de levantar taças. O problema é que o presidente Sérgio Sette Câmara não é irresponsável. Além disso, mesmo que tivesse todo o dinheiro do mundo, não teria grandes jogadores para contratar. Vejam que o Corinthians repatriou Vágner Love, Júnior Urso e outros e tem praticado futebol ruim, a ponto de jogar como time pequeno na decisão contra o Santos. O próprio presidente Andrés Sanchez disse que o Corinthians se classificou para a final do Paulista, nas penalidades, sem merecer. De que adiantou o Grêmio contratar Tardelli a peso de ouro se a equipe gaúcha tem apenas um ponto em nove disputados? O Galo, com todos os seus defeitos, não é pior que 16 equipes do Brasil. Não me canso de repetir isso. Falta organização e um técnico diferente, como Fernando Diniz, do Fluminense.
Que tenhamos dois grandes jogos e que Cruzeiro e Atlético vençam e continuem bem vivos na Libertadores. O Cruzeiro, não tenho dúvidas, é o grande favorito ao título, entre os brasileiros. O Galo, que possa chegar o mais longe possível, mas não acredito em taça, embora seja a Libertadores uma competição diferente e atípica.
.