O dia 29 de junho de 2012 é simbólico no processo que levou o Atlético a grandes conquistas recentes. Naquela data, o ex-presidente Alexandre Kalil anunciava a contratação de Victor, o goleiro que afastou desconfianças, ganhou títulos e, graças ao pé esquerdo, foi “beatificado” pela “torcida mais chata do Brasil”, nas palavras do próprio Kalil. Quase sete anos depois e já com status de ídolo, o jogador de 36 anos se aproxima de uma marca cada vez mais rara no futebol nacional. Assim que a bola rolar hoje para o duelo com o Boa Esporte, no Mineirão, pela volta da semifinal do Campeonato Mineiro, ele completará 400 jogos com a camisa alvinegra e igualará a marca do ex-meio-campista Toninho Cerezo como o 10º atleta a mais vezes defender o Atlético. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas/Superesportes, Victor relembrou a trajetória de 399 jogos, as partidas que mais o marcaram, a maior “decepção” e a longa série invicta contra o Cruzeiro entre 2013 e 2015. Confira no superesportes.com.br o vídeo com a entrevista completa.
Como você resume sua história no Atlético?
Vim para o Atlético pelo desafio de dar conta de uma carência, era um desafio grande me firmar no gol do Atlético. Já havia alguns anos que ninguém se firmava na posição. Vim com esse propósito, de fazer história pelo clube.
Quais são as partidas no Atlético que mais o marcaram?
É difícil. Do Tijuana-MEX sem dúvidas. Muitos falam do pênalti, mas pouco antes teve uma defesa em que o atacante deles saiu cara a cara comigo. É difícil listar jogos. Lembro-me de um jogo contra o Palmeiras em que trabalhei muito. Teve um jogo contra o São Paulo, no Morumbi, que a gente ganhou por 2 a 1, e eu trabalhei bastante. Outras partidas em que trabalhei muito foram contra o Santa Fe-COL, na Colômbia, e contra o Atlético Nacional-COL, também na Colômbia. Foram marcantes.
Qual sua maior decepção no clube?
Não foi uma decepção, mas um ano difícil.
Qual o atacante mais difícil de parar que você enfrentou pelo Atlético?
Na verdade não foi um jogador específico, mas foi um ataque específico. Naquele período em que passamos 11 clássicos sem perder para o Cruzeiro. A gente sabia que o Cruzeiro tinha uma grande equipe, um ataque poderoso, com Goulart e com Ribeiro, que eram os principais jogadores, o próprio Dagoberto, que vinha fazendo um bom trabalho, e outros jogadores de ataque com muito potencial que o Cruzeiro tinha. Foi um período marcante, em que a gente conseguiu uma sequência invicta em clássicos e, consequentemente, a gente conseguiu parar um ataque muito forte que o Cruzeiro tinha na época.
Você se torna o 10º jogador com mais partidas pelo clube. Vislumbra ultrapassar o ex-goleiro João Leite (684 partidas) e se tornar o primeiro?
O número do João Leite é uma marca difícil de alcançar. Hoje, com 36 anos, para fazer mais uns 300 jogos precisaria de mais cinco anos de carreira, levando em conta a média de jogos que faço por ano, que é de 60. Acho pouco provável.
Qual o seu maior sonho pelo clube?
O sonho de todo jogador que veste uma grande camisa é conquistar títulos. O que me falta no Atlético é um Campeonato Brasileiro. É algo que persigo, que busco, que trabalho. Já estive próximo algumas vezes, mas não aconteceu. É um grande objetivo que tenho, conquistar o Campeonato Brasileiro. Não que as outras competições não tenham importância, mas é um grande sonho dar um Brasileiro para o Atlético.
Qual o seu planejamento para o futuro no futebol?
Tenho contrato até o fim do próximo ano. Pretendo cumpri-lo.