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Lucro recorde, mas jejum de títulos

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Londres – O Tottenham anunciou que teve um lucro de quase 113 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 572 milhões, pela cotação atual), o que representa um recorde mundial entre times de futebol. O clube revelou essa cifra impressionante um dia depois de ter inaugurado o seu novo estádio com a sua equipe derrotando o Crystal Palace por 2 a 0, em Londres, pelo Campeonato Inglês.

O balanço apresentado pelo Tottenham contabilizou 112.953 libras em ganhos no exercício financeiro de um ano que foi concluído em 30 de junho de 2018. O valor superou o lucro de 106 milhões de libras (aproximadamente R$ 536 milhões) divulgado pelo Liverpool no fechamento de suas contas na temporada passada do futebol europeu.

Uma série de motivos colaborou para que o clube de Londres atingisse esse lucro recorde, como, por exemplo, os fatos de que o time se classificou por três anos consecutivos para a Liga dos Campeões e de ter gastado menos para a montagem do seu grupo, segundo levantamento de registros financeiros feito pela agência de notícias The Associated Press.

O faturamento do Tottenham de 381 milhões de libras (cerca de R$ 1,9 bilhão) e as 194 milhões de libras (algo em torno de R$ 749 milhões) em salários pagos pelo clube representam um montante que foi superado de forma significativa no exercício financeiro do ano passado por Manchester City e Liverpool, respectivos atuais líder e vice-líder do Campeonato Inglês. E esses valores também foram inferiores aos divulgados nos balanços de Arsenal, Chelsea e Manchester United, que, nessa ordem, estão logo atrás da equipe de Harry Kane na tabela da competição.

Esses cinco clubes rivais, porém, gastaram mais dinheiro com agentes, que ajudaram a facilitar transações de jogadores e negociações contratuais, enquanto o Tottenham se tornou o primeiro clube do Campeonato Inglês a não ter se reforçado com nenhum jogador na janela de transferências do verão europeu do ano passado.

Outro fator que ajudou o time londrino a atingir esse lucro recorde foi o fato de que passou a utilizar o Estádio de Wembley, com capacidade para 90 mil pessoas, e com isso mais do que dobrou o número de torcedores presentes em seus jogos como mandante. A taxa de comparecimento em casa subiu de 601 mil pessoas para 1,29 milhão.

O mítico palco do futebol inglês passou a ser usado pelo Tottenham enquanto o clube estava construindo o seu novo estádio no lugar do antigo White Hart Lane, que podia receber no máximo 36.310 torcedores por partida. Assim, a receita com ingressos de 45,3 milhões de libras (cerca de R$ 229 milhões), contabilizada ao final da última temporada em que a equipe utilizou a sua antiga arena, subiu para 70,9 milhões de libras (aproximadamente R$ 358 milhões) enquanto o time passou a jogar em Wembley.

Em compensação, o Tottenham precisará continuar pagando uma alta dívida, com vencimento em abril de 2022, referente ao financiamento que contraiu para a construção do seu novo estádio, com capacidade para 62.062 torcedores. A equipe ainda tem de quitar 637 milhões de libras (algo em torno de R$ 3,2 bilhões) gastos na obra. E estima-se que o custo total da moderna arena foi de 1 bilhão de libras (cerca de R$ 5 bilhões).

Falta título Com lucro recorde, o Tottenham ficou longe de satisfazer os maiores anseios dos seus torcedores nas últimas décadas.

O clube não conquista o título do Campeonato Inglês desde 1961 e não ergue a taça de qualquer competição desde 2008, quando faturou a Copa da Liga Inglesa. Na terceira posição do Inglês, o time está longe da luta pelo título, que é travada hoje por Manchester City e Liverpool, disparados na frente.

O City, por sinal, será o rival do Tottenham nas quartas de final da Liga dos Campeões. O jogo de ida do mata-mata será na terça-feira, em Londres, enquanto o duelo de volta está marcado para o dia 17, em Manchester.


Contabilidade do Tottenham (relativo à temporada 2017/2018)

R$ 1,9 bilhão
Faturamento

R$ 749 milhões
Folha salarial

1,29 milhão
Público em casa

R$ 358 milhões
Receita com ingressos (jogando em Wembley)

R$ 3,2 bilhões
Dívida com financiamento
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