O Atlético precisa vencer o Nacional do Uruguai, amanhã, em Montevidéu, para afagar sua torcida e recuperar-se da derrota na estreia da fase de grupos da Libertadores para o Cerro Portenho, em pleno Mineirão. Derrota essa que só será recuperada caso o alvinegro derrote o Cerro no Paraguai, no jogo de volta. Já vi equipes perderem os três primeiros jogos, vencerem os outros três, se classificarem e ganharem a taça. Foi o caso do Cruzeiro, com Paulo Autuori, em 1997. E, vale lembrar também, na fase mata-mata o time azul saiu atrás em quase todos os jogos, mas conseguiu a vaga no jogo de volta, até que se sagrou campeão, no Mineirão, com gol de Elivélton, de pé direito, ele que era canhoto e o chamado ponta-esquerda. A Libertadores é assim. Permite que uma equipe com garra e vontade possa superar a falta de técnica e de qualidade. Porém, sempre o talento tem de prevalecer.
O time do Atlético tem dois laterais fraquíssimos. Fábio Santos teve seu auge no Corinthians, onde ganhou tudo, em 2012. De lá para cá, são sete anos, e muita coisa mudou. Seu futebol, que sempre foi regular, caiu, e hoje ele não consegue mais atuar em alto nível. Na direita, Patric, o sempre esforçado, é limitado ao extremo. Ele até tenta fazer uma boa jogada, marcar melhor, mas não consegue.
E esse homem foi contratado. O jovem Geuvânio, que surgiu com belo futebol no Santos, foi negociado para a China, emprestado ao Flamengo, mas não vingou no rubro-negro. Tem agora a chance de ouro de se firmar. O Galo já recuperou muitos jogadores. Tardelli é o último deles. Chegou ao clube desacreditado e tornou-se campeão e ídolo. Quem sabe Geuvânio não seja o próximo? Fiquei perplexo ao saber que ele ganhava R$ 1,2 milhão mensais no Flamengo. Que aberração! Não me interessa se o clube chinês pagava a metade do salário. É um absurdo alguém pagar R$ 600 mil mensais a Geuvânio, que, me permitam os leitores, não tirou nem a fralda no nosso futebol. Por isso os clubes estão quebrados.
Num grupo com Zamora, Nacional e Cerro Porteño o Galo tem a obrigação de dar uma satisfação ao seu torcedor, se possível, sendo o primeiro do grupo, com chances de ser o primeiro geral. Agora, só poderia chegar aos 15 pontos, já que desperdiçou três no Mineirão, na estreia. O Atlético não é tão ruim, como dizem alguns, nem tão bom, como pensam outros. Está na média da mediocridade do futebol sul-americano, com carências que podem levá-lo a momentos ruins. Espero, como toda a torcida alvinegra, ver Guga na lateral-direita no jogo de amanhã. Hulk, lateral-esquerdo, não tem a menor condição de ser titular do Atlético, é muito limitado. Fábio Santos, mesmo em má fase, é mais experiente e é o que há.
.