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O futebol brasileiro agoniza, mas hoje tem jogo do Galo

Está tudo muito nivelado e, infelizmente, por baixo. Só não enxerga quem não quer, ou quem deseja enganar a si próprio


postado em 27/02/2019 05:03



Hoje é dia de Independência lotado. Dia de o torcedor fungar no cangote dos jogadores, exigindo uma goleada em cima do fraquíssimo Defensor. E não adianta contestar: o futebol da América do Sul é isso. Tirando umas 10 equipes – e olha que estou sendo condescendente –, não tem mais ninguém. Olho essa imensidão, que alguns chamam de continente, e não vejo uma equipe referência. Nem no Brasil, nem na Argentina, nem no Uruguai. Há alguns bons times, a maioria recheada de jogadores repatriados, ganhando fortunas. É bem verdade que a gente só vê isso no Brasil, pois os hermanos estão mais quebrados que a gente. Aliás, temos que tirar o chapéu para os jogadores argentinos e uruguaios. Quando são negociados para o exterior, ficam lá até o fim da carreira. Cumprem seus compromissos, respeitam os clubes, ganham seu dinheiro e são respeitados. Já dos brasileiros não podemos dizer o mesmo.

Mas o papo hoje é o Galo, que tem uma torcida fanática, que faz festa por tudo. A possibilidade que havia de contratar Tardelli levou os atleticanos à euforia. O balde de água fria veio em seguida, quando o Grêmio pagou o que o Atlético jamais poderia pagar. Segundo o vice-presidente, Lásaro Cunha, R$ 40 milhões por dois anos de contrato. Se o Galo pagasse isso, seria uma irresponsabilidade extrema. Fico a me perguntar onde estão as juras de amor que alguns jogadores tanto apregoam. Quando o cifrão entra na frente, a história muda. Amor é o cacete! Amor existia na época de Dirceu Lopes, maior jogador da história do Cruzeiro, do genial Reinaldo, maior ídolo atleticano, de Zico, maior jogador da história do Flamengo. É um crime um clube como o Flamengo gastar R$ 6 milhões em salários mensais de apenas quatro jogadores. É uma aberração num país quebrado, com 14 milhões de desempregados. Violência extrema. E me vem aquele presidente, Rodolfo Landim, que não tem tamanho para ser presidente do Flamengo, negar indenização às famílias dos 10 garotos mortos queimados, por negligência, no Ninho do Urubu. O cara gasta, de forma irresponsável, R$ 80 milhões para contratar De Arrascaeta, mas se nega a pagar R$ 5 milhões por família que perdeu seu filho naquele incêndio – para mim, criminoso, pois quem não respeita a lei e descumpre ordens é responsável sim pelo crime. O Ninho do Urubu e aquele contêiner não tinham autorização para funcionamento. Os garotos não poderiam dormir ali.

Hoje a gente vê laterais que não acertam um cruzamento, ou acertam um a cada seis meses, ganhando fortunas. Ou alguém acha que um salário de R$ 200 mil mensais não é fortuna? Zagueiros lentos e pesados ganhando quantias semelhantes. Técnicos, enganadores, faturando fortunas, ficando ricos em dois anos de trabalho. Está tudo errado no futebol brasileiro. Por isso os clubes estão de pires na mão. E se continuarem com a política de repatriar ex-jogadores em atividade vão quebrar, chegar à bancarrota! Investir nas divisões de base, nem pensar. Gastar o dinheiro do clube é mais “inteligente” com a contratação de jogadores que vão lotar o aeroporto e que o torcedor terá duas alegrias: uma quando eles chegam e outra quando vão embora. Deixa de ser bobo, torcedor! O futebol brasileiro, na parte técnica, está um horror. Quem é da minha geração, ou tem pelo menos 45 anos, viu os grandes gênios em campo. Os jovens só sabem o que é futebol porque os campeonatos europeus são mostrados na TV. Não fosse isso e estariam fechados nessa bolha, de um futebol pobre, sem imaginação ou criatividade, onde um artilheiro marca 17 gols em 38 jogos e se acha “o bonitão da bala Chita”. Eu estou de saco cheio deste futebol medíocre!

E para fechar, assino embaixo a fala do maior e mais vencedor presidente da história do Atlético, o prefeito Alexandre Kalil, quando ele diz que estádio de futebol é para rico e que o pobre tem que ver o jogo em casa, pela TV. É verdade! Na Europa funciona assim. É impossível pagar salários tão altos com ingressos a R$ 20. Tem que cobrar é de R$ 200 pra cima, com camarotes luxuosos, bebidas finas e tudo o mais. Essa é a realidade do novo futebol. Se no passado víamos o Mineirão com 130 mil pessoas vendo os maiores craques que já desfilaram naquele tapete, hoje a dura e triste realidade é essa. Pernas de pau ganhando fortunas, iludindo os jovens. Como ainda somos o país do futebol, mesmo sem praticar o esporte bretão em sua essência, vamos levando, até o dia em que um grande clube quebrar por incompetência e irresponsabilidade. Aí, teremos que acordar, mas pode ser tarde. Muito tarde. Só posso desejar ao torcedor um bom jogo esta noite. É o que tem para ser visto. O futebol do Galo não é diferente da maioria de seus pares. Está tudo muito nivelado e, infelizmente, por baixo. Só não enxerga quem não quer, ou quem deseja enganar a si próprio.

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