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Drible na segurança

Depois da tragédia no Rio, bombeiros e prefeituras confirmam falta de alvará nos CTs do Cruzeiro e do América. Clubes prometem regularização. Atlético está com laudos em dia


postado em 14/02/2019 05:05

Na Toca da Raposa I e II faltam alvarás de funcionamento e localização, além de atualização do projeto técnico(foto: Auremar de Castro/EM/D.A PRESS - 22/3/07)
Na Toca da Raposa I e II faltam alvarás de funcionamento e localização, além de atualização do projeto técnico (foto: Auremar de Castro/EM/D.A PRESS - 22/3/07)



O incêndio que provocou a morte de 10 atletas das categorias de base do Flamengo na sexta-feira provocou uma correria de vários órgãos responsáveis por fiscalização, que se movimentaram ontem em busca de irregularidades que possam gerar risco aos jogadores. A partir da tragédia no Rio de Janeiro, a inspeção comprovou que outros centros de treinamento do país ainda devem muito com relação à segurança das equipes. Em Minas, por exemplo, a falta de alvarás na Toca da Raposa I e II, do Cruzeiro, e do CT Lanna Drumond, do América, virou uma preocupação extra para dirigentes, atletas e setores de segurança pública.

A informação de que os centros de treinamento de Raposa e Coelho tinham irregularidades foi divulgada inicialmente pela TV Globo. O único dos grandes da capital que está em dia com os laudos é o Atlético, que alegou ter verificado na sexta-feira as questões das datas de validade dos extintores e itens como saídas de emergência e portas antichama.

Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte alegou que a Toca da Raposa não obteve autorização legal para funcionamento: “A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que não localizou em seus sistemas o Alvará de Localização e Funcionamento da Toca 1. A Toca 2 também não possui Alvará de Funcionamento. A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que notificou o Clube do Cruzeiro para regularizar a situação da Toca 1 e da Toca 2”. Já os bombeiros constataram que falta aprovação ao projeto técnico. O clube celeste disse que se manifestará posteriormente sobre o assunto.

Na sexta-feira, em contato com o Estado de Minas, o diretor-executivo geral das categorias de base, Quintiliano Lemos, havia assegurado que tudo estava em dia: “Não temos mais chuveiro elétrico no vestiário do Sub-20, por exemplo. Também eliminamos cortinas dos quartos, colocando insulfilm. Tudo para minimizar o risco de incêndio. Nossos laudos estão em dia e nos preocupamos com as podas das árvores, que oferecem risco em época de chuvas e ventos fortes como agora”. Curiosamente, a Toca II recebeu a Seleção Chilena em 2014, durante a Copa do Mundo no Brasil.

Com relação ao América, que também alegava estar com os laudos em dia, o clube foi notificado após vistoria da Prefeitura de Contagem na terça-feira, já que não apresentou o alvará de funcionamento nem o laudo do Corpo de Bombeiros. A diretoria recentemente adquiriu uma área para abrigar o alojamento dos pratas da casa para substituir a antiga concentração que existia em Santa Luzia, que tinha a capacidade para receber 64 garotos.

O alviverde emitiu nota em que afirma estar se empenhando para atender às normas necessárias: “O América confirma que recebeu notificação da Prefeitura de Contagem nesta semana e que está providenciando todos os ajustes solicitados. O clube destaca que, antes mesmo da notificação, já havia contratado uma empresa especializada em prevenção e combate a incêndio, a fim de verificar as condições de segurança do centro de treinamento. Com base nisso, um novo projeto contendo todas as modificações necessárias será apresentado ao Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e submetido à aprovação”.

Inaugurada em 2001, a Cidade do Galo recebe as categorias de base e o time profissional em estruturas semelhantes. O Galo tem laudo do Corpo de Bombeiros válido até outubro e também está em dia com a Vigilância Sanitária e com a Prefeitura de Vespasiano, cidade onde está localizado todo o complexo esportivo alvinegro. O diretor de administração e controle, Plínio Signorini, afirmou que o clube promoverá treinamentos para que atletas e funcionários saibam se portar em situações de emergência: “Faremos um treinamento na sede do clube e depois em outras dependências. Temos o orçamento de uma empresa credenciada pelo Corpo de Bombeiros e pelas instituições que cuidam dessa parte de legislação para que possamos estar bem orientados. Não adianta ter uma estrutura contra incêndio e não ter orientação”.

 

 

Agora, centros são interditados

Durante a onda de vistorias de ontem, a Polícia Civil interditou o alojamento da base do Botafogo, em Caio Martins. A diretoria encaminhou os jogadores para General Severiano, onde treina todo o time profissional. O clube não tem laudo de segurança do estádio e alega que os jovens só passam a noite no local em situações de emergência – a opção preferencial seria a de dormir em suas residências. No Ninho do Urubu, onde foi proibida a concentração das categorias de base depois do incêndio que provocou 10 mortes, foi vetada também pela Justiça a entrada de crianças ou adolescentes.

Outro alojamento em situação irregular é o da base do Corinthians, no Parque São Jorge. A licença para funcionamento do local é datada de 2017 e não foi atualizada. O Timão emitiu comunicado assegurando que em breve toda a documentação será regularizada: “A moradia, limitada a 35 adolescentes, passa por algumas adaptações – como a instalação de aspersores de água – de forma a adequá-la, em 10 dias, à categoria da licença obtida para uso do local”.

Por solicitação da Prefeitura de São Paulo, a delegação do São Paulo transferiu a concentração da Barra Funda para Cotia por falta de laudo técnico. O tricolor estava concentrado para o duelo com o Talleres, pela Copa Libertadores. Em Cotia, uma estrutura mais nova e regular, funciona toda a base são-paulina.


O que dizem as prefeituras

“A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que não localizou em seus sistemas o Alvará de Localização e Funcionamento da Toca 1. A Toca 2 também não possui Alvará de Funcionamento. A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que notificou o Clube do Cruzeiro para regularizar a situação da Toca 1 e da Toca 2”

“A Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, informa que o América Futebol Clube não tem Alvará de Licença de Localização e Funcionamento para o Centro Esportivo e Alojamento localizado na Rua Bom Retiro, nº 13, Bairro Tijuco. A Subsecretaria de Licenciamento e Fiscalização Urbana ressalta que não há registro no órgão municipal de solicitação do alvará pelo clube, embora o América tenha sido notificado em 2015 pelo descumprimento da norma. Em 2017, o América Futebol Clube fez consulta prévia ao município acerca do Alvará de Licença de Localização e Funcionamento do Centro Esportivo, mas não deu prosseguimento ao processo”.

O QUE DIZ O CORPO DE BOMBEIROS

» Cruzeiro

“Hoje (13/02), o CBMMG realizou vistorias nos Centros de Treinamento do Cruzeiro, Toca da Raposa I e II. Ambas se encontram em processo de regularização junto à corporação, sendo o clube formalmente notificado da necessidade de regularização no prazo legal de 60 dias. A Toca I possui projeto técnico aprovado e está em estágio avançado de execução. O Corpo de Bombeiros notificou o clube com relação ao processo de execução do projeto. Após a conclusão, nova vistoria será realizada. No caso da Toca II, que passou por alterações na edificação, o CBMMG também notificou o clube quanto à necessidade de regularização. Em nenhum dos dois centros de treinamento descritos acima foram constatados riscos iminentes com relação a situações de incêndio e pânico que caracterizem a necessidade de interdição”.

» América
“Não houve registro de projeto técnico do Centro de Treinamento do América, em Contagem, junto ao CBMMG. Portanto, a edificação se encontra irregular com relação às medidas contra incêndio e pânico e também já foi devidamente notificado pelo CBMMG”.

» Atlético
“O Centro de Treinamento do Atlético, conhecido como Cidade do Galo, está regularizado junto ao CBMMG. No caso do Clube, o AVCB, Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, emitido pela corporação tem validade até 24/10/2019”.

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