lético e Cruzeiro informaram que a escolha dos números das camisas é pessoal dos jogadores. A assessoria de imprensa do Galo ressalta que a camisa 5, número muito usual no futebol, não tem dono nesta temporada, pois ninguém se interessou por ela. Já a comunicação da Raposa explica que os atletas carregam alguns números durante a carreira e preferem seguir usando aquele algarismo. Além da dupla da capital mineira, grandes como Corinthians, Palmeiras, Internacional e Flamengo também divulgaram a numeração de 2019 sem a camisa 24.
O Superesportes encontrou dificuldade para abordar o tema com jogadores, com algumas assessorias preferindo não contatar os atletas. O zagueiro Murilo, do Cruzeiro, aceitou falar sobre o assunto. Disse não ver o número como tabu: “Não acho que haja preconceito. Há jogadores que preferem datas de aniversário, ano de nascimento, é mais por aí”, disse. “No meu caso, sempre usei mais a numeração de zagueiro, a 3, a 4, a 14...
A recusa ao 24 é antiga no Brasil. Procópio Cardoso, ex-jogador de Atlético, Cruzeiro e Seleção Brasileira, relembra os números que eram evitados na época dele. “Os jogadores não usavam 13 e 24. O 13 era porque tinha ligação com o azar, embora o Zagallo tenha ficado famoso com ele. O 24 era por causa da associação com gays”, conta.
SEM PRECONCEITO Procópio tem razão. Uma das grandes lendas do basquete, o ex-jogador Kobe Bryant usava o número. Ele começou a carreira com o 8 e m 2006 mudou para 24, camisa aposentada pelo Los Angeles Lakers em sua homenagem. Com o número nas costas, foi eleito o melhor jogador da NBA, o MVP, na temporada 2007/2008.
No basquete brasileiro, alguns atletas carregam o número de Kobe.
No futebol internacional, o preconceito ao 24 não faz sentido, tendo em vista a explicação ligada ao jogo do bicho no Brasil. O número é usado, na maioria das vezes, por reservas dos grandes clubes. No Barcelona, o zagueiro Vermaelen enverga a camisa; no Real Madrid, o armador Caballos; no Chelsea, o defensor Gary Cahill; no Liverpool, o atacante Rhian Brewster.
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