Não importa a categoria, pois, como diz o torcedor, ser atleticano é sofrer pelo time e acreditar sempre. Ontem, na Arena do Jacaré, não foi diferente. O Galo conquistou o título do Torneio Internacional Máster de Futebol derrotando o San Lorenzo, da Argentina, apenas nos pênaltis – e só depois da nona cobrança: 8 a 7. No tempo normal, empate por 1 a 1. Na decisão em Sete Lagoas houve de tudo: festa, canto, dança e até catimba, que quase resultou em briga. No fim, salvaram-se todos. Na decisão do terceiro lugar, o Cruzeiro venceu o Corinthians, de virada, por 2 a 1.
Apesar de ser uma decisão entre Brasil e Argentina, países de histórica rivalidade no futebol, não haveria com que se preocupar. Afinal, em campo estariam veteranos, que jogam até hoje para se divertir, certo? Ledo engano.
O zagueiro Alvarez carregava uma caixa de som, que reproduzia músicas de um celular. Todos dançavam. Entraram pulando e batendo palmas. Já no vestiário, os jogadores atleticanos apenas ouviram de longe. Para muitos no estádio, era um tipo de provocação.
O Atlético abriu o placar logo aos 10min, com Paulinho Guará, depois de lançamento de Luís Cláudio – substituto de Paulo Roberto Prestes, que, contundido, não pôde jogar. A partida seguia tranquila até o árbitro Antônio William Gomes encerrar o primeiro tempo. Dois acompanhantes do time argentino, que não foram identificados, invadiram o campo, acusando o Galo de descumprir o regulamento. Alegavam que só eram permitidos dois jogadores até 35 anos por equipe, e o alvinegro escalara quatro, conforme a regra (um no gol e três na linha): o goleiro Giuliano, o zagueiro Adriano Lobinho, o lateral-esquerdo Luís Cláudio e o atacante Paulinho Guará.
O imbróglio virou bate-boca, com os argentinos esbravejando. Para elucidar a questão, os organizadores do torneio soltaram uma nota oficial ratificando o regulamento: “Cada equipe pode escalar três jogadores de linha, de até 35 anos, além do goleiro. No gol é permitido um jogador de qualquer idade”. A situação parecia contornada quando, na retomada da partida, os argentinos passaram a entrar rispidamente nas jogadas. Começaram a acontecer faltas violentas, a ponto de o árbitro distribuir cinco cartões amarelos para o San Lorenzo, que empatou com com Monserrat, depois de falha defensiva do Galo.
PENALIDADES A decisão foi para os pênaltis, o que inflamou a torcida.
Chegou a nona cobrança. O torcedor, nervoso, cantava cada vez mais alto.
Atlético: Giuliano; Fofão, Álvaro, Lobinho e Luís Cláudio; Araújo, Gedeon, Piu e Leo de Deus; Paulinho Guará e Wellington Amorim. Também entraram Marcelinho, Eron e Sérgio Araújo. Técnico: Jorge Valença. San Lorenzo: Livora; Gallardo, Álvarez, Lussenhoof e Esquivel; Rivadero, Monserrat, Calabria e Gorosito; Estevez e Lazzaro. Depois Antonelli, Biaggio e Vásquez. Técnico: Roberto Lezcaro. Apitou Antônio William Gomes, que teve como assistentes Herberth Costa Andrade e Flamarion Sócrates da Silva.
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