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Escala para Tóquio'2020

Técnico fala sobre a busca da vaga olímpica a partir de sábado, no Sul-Americano do Chile


postado em 13/01/2019 05:06

Carlos Amadeu (foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Carlos Amadeu (foto: Lucas Figueiredo/CBF)

O caminho da Seleção Brasileira em busca de mais uma medalha de ouro no futebol nos Jogos Olímpicos de Tóquio começará no sábado, diante da Colômbia, às 18h10 (de Brasília), em Rancágua, no Chile, na estreia no Sul-Americano Sub-20. O torneio garantirá quatro vagas para o Mundial da categoria, entre maio e junho, na Polônia, e duas (ao campeão e vice) para a Olimpíada no Japão. Quem lidera o amplo projeto é o técnico Carlos Amadeu, de 53 anos, baiano de Salvador, confirmado pela CBF no cargo até o ano que vem. Nos últimos meses, o treinador observou joias do futebol nacional, mas avalia que a equipe precisa de entrosamento para se dar bem no Chile. Um dos destaques do Brasil é o lateral atleticano Emerson, muito elogiado pelo comandante da Seleção e que deve ser negociado ao Barcelona na janela de transferências de julho. Amadeu falou com
Estado de Minas sobre a preparação, as virtudes e as carências do time verde-amarelo.

A temporada de 2019 dá a início a uma série de competições importantes para o novo ciclo da Seleção Brasileira, começando com o Sul-Americano e terminando com a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Depois do período de preparação, com treinos e jogos, quais as suas perspectivas para esse período?

Temos que focar exatamente em 2019. Nessa primeira etapa, temos um Sul-Americano e o Mundial da categoria, que precisamos focar muito. Fizemos seis convocações que nos deram um norte para esse trabalho. Conseguimos detectar onde estão alguns dos nossos problemas para exercer uma força-tarefa e reforçar os pontos positivos. Creio que uma das maiores dificuldades é a questão do entrosamento. Conseguimos detectar os jogadores que podem estar conosco, mas não temos ainda um time. Temos excelentes atletas, com nível de entendimento muito claro e consistente, mas não temos o nível de entrosamento de um time. O objetivo é evoluir no menor tempo possível, com competitividade e buscando os melhores resultados. Entrosando a equipe, vamos aumentar a performance. E, aumentando a performance, estaremos mais perto da vitória.

O Brasil acabou ficando fora do último Mundial. A pressão sobre os garotos será um adversário a mais? Você acredita em um Sul-Americano mais equilibrado?

A pressão de jogar na Seleção Brasileira é grande em qualquer situação. E temos que retomar nossa força. Ficamos fora em 2013 e 2017 e em 2015 terminamos o Sul-Americano em quarto lugar. Por outro lado, em 2009 e 2011 fomos campeões. A pressão é grande sobre todos os jogadores e a comissão técnica, mas temos de transformar isso em motivação. É um desafio grande, sabemos o quanto é difícil e o quanto o futebol sul-americano evoluiu. Mas temos de nos impor e colocar em prática o nome e a camisa do Brasil dentro do campo, praticando um futebol competitivo, agradável e vencedor.




Em Minas, você tem convocado com frequência o lateral Emerson (Atlético) e o goleiro Gabriel Brazão (Cruzeiro). Você  vê potencial no lateral para jogar na Europa? E o Brazão, há maturidade para atuar pelo Cruzeiro?

O Emerson é um jogador que não é muito refinado tecnicamente, mas que vem evoluindo nesse quesito. Percebo um jogador em crescimento, de muita força física, com uma disposição absurda e mente aberta para aprender. Com isso, ele consegue mostrar uma dinâmica muito grande. No último terço do campo, falta ainda o acabamento, aquele passe ou escolha final, que ele tende a adquirir com o tempo. Potencial para defender qualquer time do mundo ele tem, mas ainda necessita evoluir naturalmente. Está jogando pela Seleção Sub-20 e terá mercado em qualquer parte do mundo. Quanto ao Brazão, ele está conosco desde a Seleção Sub-15, foi campeão sul-americano, terceiro no Mundial e eleito o melhor jogador da categoria na época. Ele subiu precocemente para o Sub-20 e agora atingiu o profissional do Cruzeiro. Costumamos dizer que o goleiro precisa de mais tranquilidade e de tempo. Dificilmente consegue estourar muito cedo, com 20 anos. Alguns fenômenos conseguem transpor essa barreira, mas o natural não é esse. E o Cruzeiro está bem servido de goleiros, experientes. O Brazão estará acompanhando de perto e aprendendo para ser lançado no momento certo.




Durante os amistosos contra a Colômbia, você testou o Matheus Cunha e o Lincoln na função de centroavante. É uma posição que preocupa? Por que a base dos clubes do país anda carente de camisas 9
?
Testamos vários jogadores, como Lincoln, Matheus Cunha, Papagaio, Yuri Alberto e Victor Gabriel, Higor. Estamos buscando alternativas, mas considero que estamos bem servidos de camisas 9 na Seleção. A falta de centroavante nos clubes é histórica, pelo sistema que jogamos há vários anos. Isso vai impactando a médio e longo prazo no profissional das equipes. Trabalhamos com três zagueiros, quatro homens no meio-campo em formato de quadrado, dois jogadores flutuantes na frente. A deficiência do camisa 9, como do ponteiro e dos laterais, vem desse histórico. A gente olha na Seleção Sub-17 e vê bons centroavantes, assim como na Sub-15. Observando a base dos clubes, com a maioria jogando atualmente no 4-3-3 ou no 4-2-3-1, pensamos que isso será corrigido no futuro.

Cada vez mais bons jogadores jovens saem cedo do país – como Vinícius Júnior, Paulinho e Rodrygo –, antes de completar 20 anos. Essa tendência atrapalha o desenvolvimento na carreira deles? Como tem visto o crescimento deles na Europa?

Temos que nos adaptar ao novo formato. É um mercado globalizado, em que fala mais alto quem tem maior poderio econômico. Essas equipes acompanham os atletas desde os 14, 15 anos e exercem o direito de compra cada vez mais cedo justamente para evitar concorrência mais à frente ou correr o risco de os valores ficarem muito altos. Acabou inflacionando o mercado de base no Brasil. Vejo o crescimento dos altetas de forma positiva, porque eles conseguem fazer a independência econômica deles e da família e conhecem outra cultura. Mas é importante que tragam esse conhecimento de volta, mantenham a raiz e gostem de representar a Seleção. Ao perdermos cada vez mais cedo nossos jogadores, temos a impressão de que nosso futebol está pobre. Vemos o Campeonato Brasileiro e nossos principais jogadores estão fora. Mas continuamos a produzir craques e os vendemos cada vez mais cedo. O Brasil ainda consegue manter um nível em seus campeonatos por causa da qualidade dos jogadores. Se fosse um país europeu que exportasse tanto, fatalmente não teria a qualidade do Brasileiro.

O Tite recentemente convocou para a Seleção principal três jogadores abaixo dos 20 anos (Phelipe, Hugo e Gabriel Brazão). Quão importante é para eles conviverem com atletas mais experientes e vencedores?

A integração ocorria antes da Copa do Mundo. Vários atletas já frequentavam a Seleção Brasileira, treinando juntos para a preparação do Mundial. Os três goleiros (Hugo, Phelipe e Gabriel Brazão) já foram convocados pensando numa Seleção Brasileira no futuro, em 2022 e 2026, porque a comissão técnica do Tite entende que isso é fundamental para a preparação do jovem. Quanto maior essa aproximação, melhor para a gente. Há o ganho do futuro da Seleção e há o ganho para a carreira deles, que chegam mais cascudos para encarar o Sul-Americano. Todos sabem quão difícil é vencer nossos adversários na América do Sul, pois a questão é coletiva. Se não tivermos o coletivo forte, o individual não aparece.

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