
O Brasil voltou a brilhar em uma prova de revezamento no Mundial de Natação em Piscina Curta (25m), em Hangzhou, na China. Ontem, a equipe nacional – que contou com um atleta minas-tenista – surpreendeu na disputa masculina do 4x200m livre ao faturar a medalha de ouro e ainda quebrar o recorde mundial da prova, com a marca de 6min46s81.
O quarteto do Brasil na final foi formado por Luiz Altamir (Pinheiros-SP), Fernando Scheffer (Minas Tênis Clube), Leonardo Santos (Pinheiros-SP) e Breno Coreia (Pinheiros-SP) e triunfou com uma vantagem de apenas 0s03 para o time da Rússia, segunda colocada com 6min46s84. A China completou o pódio ao cravar 6min47s53.
Com a equipe nadando quase sempre abaixo da linha do recorde mundial, Luiz Altamir iniciou a prova em ritmo forte e liderou em praticamente todos os primeiros 200m. Scheffer completou sua participação em primeiro lugar, mas Santos encontrou mais dificuldade no duelo com chineses e russos. Só que Breno Correia teve desempenho espetacular no fim para assegurar o ouro nos 200m finais.
O resultado pode ser considerado surpreendente, pois o Brasil havia avançado para a final na sexta posição e o quarteto havia sido trocado para a briga com a medalha, com Leonardo de Deus cedendo a sua vaga para Leonardo Santos. Mas conseguiu bater os favoritos Rússia, China e Estados Unidos com uma equipe jovem – o mais velho é Leonardo Santos, de 23 anos.
EMOÇÃO Fernando Muhlemberg Scheffer tem 20 anos e nasceu em Canoas, no Rio Grande do Sul. Ele começou a carreira de nadador no Grêmio Náutico União, de Porto Alegre. Foi contratado pelo Minas no início do ano e é considerado uma das revelações da natação brasileira. Somente neste ano, bateu três recordes sul-americanos: nos 200 e 400 metros livre em piscina longa, e agora, na China, também o recorde do continente nos 400m livre em piscina curta.
Emocionado depois da conquista do ouro e do recorde mundial, ele fez questão de dividir a conquista: “Tem gente trabalhando e envolvida para que chegássemos a este resultado. Tenho de agradecer à minha equipe, à CBDA e à minha família, que sempre me apoiou”.
A vitória levou os atletas às lágrimas. “É um sonho que todo mundo queria. A gente conseguiu”, disse Altamir, chorando e bastante rouco, em entrevista ao SporTV. “Isso mostra que esta nova geração está para arrebentar”, acrescentou.
A medalha de ontem foi a segunda do Brasil nesta edição do Mundial – levou o bronze no 4x100m livre, com um quarteto que contava com Cesar Cielo. “É muita satisfação. O Brasil mostra mais uma vez que é forte no revezamento. Fomos bem no 4x100m livre e agora. O nosso time tem a chance de mesclar veteranos e os mais novos. Isso é muito importante e reflete neste resultado”, celebrou Breno.