De volta para casa e em busca de novos títulos, a começar pela Superliga. Esse o sentimento das jogadoras e do técnico Stefano Lavarini, do Minas, vice-campeão mundial na China. Menos de 24 horas depois do retorno a Belo Horizonte, numa viagem que começou na segunda-feira e durou 40 horas, com troca de avião em Dubai, todas já estavam novamente no treino que marcou o início da preparação para o jogo de amanhã, contra o Camboriú, em Santa Catarina, pela Superliga Feminina de Vôlei.
O treinador destaca o que considera o crescimento do time. “Ainda não posso precisar o quanto, mas é certo que houve evolução de todas. Me chamou a atenção a união dentro e fora da quadra. O time evoluiu a cada jogo, diante de adversários muito fortes. Com certeza, o Mundial serviu de mola propulsora. Podemos, sim, pensar em conquistas.”
Um dos pontos altos foi a meio de rede Mayany, que saiu do Brasil como reserva e disputou a maioria dos jogos, incluindo a decisão como titular.
O Mundial era um momento especial para a capitã, também meio de rede Carol Gattaz, de 37 anos.
A viagem serviu também para reforçar os laços de Stefano Lavarini com o clube e com os mineiros. Ele conta ter vivido algo que jamais poderia imaginar. “Recebi uma mala, que me foi dada por funcionárias. Dentro, minhas roupas de frio. Algumas estavam até costuradas. Eu não pedia nada a ninguém.
PROBLEMAS Se houve encantamento, houve também problemas. O uso de barba, por exemplo, teria levado o preparador físico Alexandre Marinho a restrições com o visto chinês. Com feições que remetiam ao padrão árabe, ele foi retirado do grupo para uma entrevista com agentes de imigração ao desembarcar na China. “Enquanto todo mundo recebeu visto de três ou quatro anos, o meu foi de apenas três meses. Se o Minas tiver de voltar lá em fevereiro, não poderei ir.”
Ao ser entrevistado, questionavam qual sua nação de origem. “Queriam saber de que país árabe eu era. Disse que era brasileiro e mostrei que no passaporte nem no nome tinha qualquer ligação com árabes. Aí, me liberaram.” Já Carol Gattaz acha que seu sobrenome motivou algum tipo de cuidado extra da imigração, gerando o visto com limitação de um ano.
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