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Em busca de emprego

Treinadores que estão sem clube apostam no reaquecimento do mercado Brasil afora, com a proximidade dos estaduais, para voltar a trabalhar


postado em 11/12/2018 05:10

Ricardo Leão, que fez do Tupi um dos destaques do último Campeonato Mineiro, ainda busca equipe para comandar em 2019(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Ricardo Leão, que fez do Tupi um dos destaques do último Campeonato Mineiro, ainda busca equipe para comandar em 2019 (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


Encerrados os campeonatos, os clubes planejam a pré-temporada e correm atrás de reforços para seus grupos. Mas não são só jogadores que vivem expectativa de iniciar novo trabalho. Fato semelhante ocorre com treinadores em busca de recolocação profissional, mesmo que tenham feito bom papel à frente de equipes menores e até conquistado títulos. Um dos casos mais emblemáticos está em Minas: Ricardo Leão, de 46 anos, campeão do interior comandando o Tupi, mas ainda sem destino definido para 2019.

“Fui muito grato ao Tupi pela oportunidade. Ser campeão do interior era algo que o clube não conquistava havia muito tempo. Tivemos bons jogos e vendemos caro a semifinal para o Cruzeiro. Depois, tivemos dificuldade na remontagem do grupo para a Série C do Brasileiro: perdemos jogadores importantes (Patrick Brey, Renato Kayser e Tchô saíram e Afonso e Rodrigo Dias se contundiram) e isso foi determinante. Dentro da pressão, eles acharam melhor trocar. Engraçado é que os jogos que perdemos foram exatamente para três das equipes que conseguiram subir para Série B”, diz.

Formado em educação física e com larga experiência em categorias de base, Ricardo Leão começou a se destacar no profissional como auxiliar de Enderson Moreira (hoje treinador do Bahia). Ele assegura que não desanimou por ter sido demitido meses após se sagrar campeão do interior: “Não me estressei. Aproveitei para estudar. Continuei ativo, acompanhei jogos, observei campeonatos, equipes, analisando por conta e me preparando de outras maneiras”.

Ele acredita que ainda há certa resistência em relação aos treinadores da nova geração. “A grande dificuldade é a renovação. Quando termina uma temporada, a gente fica muito refém de quem vai nos indicar. É preciso que os empregadores tenham confiança em lançar um nome. Ficam muito em cima dos que já conhecem”, afirma Ricardo Leão.

Cita como exemplos Thiago Larghi e Osmar Loss, que tiveram oportunidade em Atlético e Corinthians, respectivamente, mas acabaram dispensados: “Após a saída deles, vimos que não era o treinador o fator principal das equipes não estarem apresentando bom rendimento. Mas é a cultura do futebol. A direção vai tirar o treinador para tentar encontrar uma saída. A corda sempre arrebenta primeiro para esse lado”.

ESPECULAÇÃO Algumas sondagens até apareceram, mas, segundo Ricardo Leão, não evoluíram. “Conversei com clubes do Mato Grosso e de Goiás e pessoas que trabalharam comigo me indicaram a clubes de São Paulo. Teve equipe que pediu para aguardar situações internas (eleições)... Estou aberto até a fazer outras funções, como de auxiliar, observador técnico. Vamos ver o que vai surgir até o início do ano.”

Ele sabe que um dos entraves no interior é financeiro, mas garante que isso não serve de desculpa: “Os clubes têm orçamento mais modesto, principalmente aqueles que não têm calendário o ano inteiro, nem patrocinadores fortes. Muitas vezes são as prefeituras locais que dão o aval. Mesmo assim, com criatividade, conseguimos montar bons grupos, fazer bons trabalhos. Aí depende da competência do técnico”.


Roteiro semelhante de norte a sul

A situação de Ricardo Leão em Minas Gerais não é caso isolado no futebol brasileiro. Outros comandantes vivem situação bem parecida pelo país. Em São Paulo, o ex-goleiro João Brigatti deixou a função de auxiliar na Ponte Preta para assumir a equipe e faturou o Campeonato Paulista do interior. Mesmo assim, poucos meses depois, o clube optou por contratar Marcelo Chamusca. A proposta da diretoria da Macaca era que Brigatti voltasse a ser auxiliar, mas ele preferiu se demitir. Acabou mais tarde no Paysandu.

No Rio Grande do Sul, outro ex-goleiro, Clemer, levou o Brasil de Pelotas ao surpreendente vice-campeonato gaúcho. Só não resistiu aos maus resultados no início da Série B do Brasileiro e acabou demitido. Sem clube, faz curso de aperfeiçoamento da CBF na Granja Comari.

Outro ex-camisa 1 que seguiu script parecido, mas no Rio de Janeiro, foi Eduardo Allax (que atuou no Atlético de 2002 a 2004). Ele foi vice-campeão da Taça Guanabara com o Boavista mas, como a equipe já havia sido eliminada pelo Internacional na Copa do Brasil e não tinha mais competições a disputar, Eduardo foi dirigir o Audax na Segunda Divisão do Carioca. Está de volta ao Boavista para 2019.

O ex-volante Márcio Goiano rompeu a hegemonia Goiás/Vila Nova ao levar o Aparecidense ao vice-campeonato goiano, porém, foi dispensado pouco depois. Conseguiu a recolocação só depois de cinco meses, assinando com o Náutico.

No Paraná, a dose foi dupla. Após se destacar levando o Foz do Iguaçu à semifinal do turno do estadual, o ex-zagueiro Allan Aal foi anunciado pela Portuguesa – demitido em outubro, está sem clube. O ex-atacante Negreiros assumiu o Foz e manteve o time em alta. Em pontos corridos, fez a segunda melhor campanha do Paranaense. Como a equipe ficou inativa por cinco meses, também se viu obrigado a parar. Reassumirá o time para o estadual de 2019.

VETERANOS Até mesmo veteranos foram atingidos pela dança das cadeiras. O técnico Mauro Fernandes (ex-América), de 65 anos, levou o Central ao vice-campeonato pernambucano, mas rescindiu contrato após a queda na Série D do Brasileiro, já que a equipe ficaria cinco meses sem futebol profissional e o clube não teria condições de bancar a comissão técnica. Ainda desempregado, pode voltar ao Central para o estadual de 2019. (FT)

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