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"Toda unanimidade é burra". Que o diga Tite


postado em 10/12/2018 05:04

“Toda unanimidade é burra”. Esta frase, atribuída ao grande escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, está em evidência nos dias atuais e cabe muito bem aos conceitos do povo brasileiro com relação ao técnico Tite. Ele chegou a ser unanimidade antes da Copa do Mundo da Rússia por ter feito um ótimo trabalho nas Eliminatórias, resgatando a “terra arrasada” deixada por seu antecessor, o também gaúcho Dunga. Porém, depois dos péssimos jogos no Mundial e da derrota para a Bélgica, a unanimidade não existe mais. E pelos e-mails e mensagens que tenho recebido, a esmagadora maioria, que antes o exaltava, o quer bem longe da Seleção. Tite insiste com jogadores fracassados no time canarinho: Daniel Alves, Thiago Silva, Marcelo, Paulinho, Fernandinho, Renato Augusto. E parece querer afrontar o povo brasileiro a cada convocação desses fracassados. Reconheço que alguns são campeoníssimos em seus clubes, casos de Marcelo e Daniel Alves. O primeiro jogou com Cristiano Ronaldo e ganhou tudo. O segundo, com Messi, e também ganhou tudo. Eu também ganharia. Só que na Seleção não ganharam nada, assim como o craque argentino. Aí, o leitor ou leitora me perguntariam: então, é para tirar Messi da Seleção Argentina? Claro que não. Messi é gênio e disputou uma final, a de 2014, no Maracanã, perdendo para a Alemanha. Chegou a uma decisão, em que só um pode ganhar. Fernandinho e Paulinho são aqueles que entregaram o Brasil nos 7 a 1, ao lado de David Luiz. Daniel Alves, Marcelo e Renato Augusto, nada acrescentam à Seleção. E Thiago Silva nos entregou numa Copa América e em outros jogos decisivos. Dunga não queria vê-lo nem pintado de ouro.

Tite é a pessoa mais incoerente que conheço. Entendo que toda renovação precisa ter o suporte dos veteranos. Entretanto, suporte de gente vencedora, não de jogadores que nos entregaram a vida toda. O suporte para Vinícius Júnior, Paquetá, Rodrygo (Santos), Paulinho, Pedro, Richarlison, Arthur e tantos outros jovens promissores tem que vir de jogadores como Neymar, Felipe Coutinho e outros que estiveram no Mundial da Rússia. Não que eles tenham sido vencedores na Seleção, longe disso, mas são nossos melhores atletas e têm qualidade. Não é o caso de Paulinho, Fernandinho, Thiago Silva, Daniel Alves, Marcelo e Renato Augusto. Vejam bem: estou falando de Seleção Brasileira, não de clube.

Boa parte da imprensa tem culpa no cartório. Exalta Tite como se fosse ele o melhor dos técnicos. Não é. Tem um discurso pronto, no qual usa a palavra “oportunizar”, que nem sequer existe no dicionário da língua portuguesa, aquele olhar professoral e a linguagem de um pastor. Se chegar à Praça Sete, pegar uma bíblia e fizer seu discurso, atrairá milhares de pessoas. De futebol, porém, entende pouco. Essa conversa de “primeiro terço do campo, segundo e terceiros terços” é para inglês ver. Mudou apenas a nomenclatura do que os grandes treinadores fizeram no passado. Percebi, durante os amistosos antes da Copa e na própria competição, na Rússia, que Cléber Xavier é quem entende de esquema tático. Tite usa a linguagem rebuscada e de forma equivocada. Cléber é quem sabe dar o recado no quesito composição tática da equipe, conhecendo até jogadores adversários, mesmo que o nome seja em russo ou polonês. O pouco de conjunto que nossa equipe tem foi dado por Cléber, auxiliar de Tite.

O técnico se apega a uma possível conquista da Copa América para se manter no cargo. Discordo veementemente. O que o Brasil precisa é voltar a praticar o verdadeiro futebol de arte, de toque, de genialidade, de gols. Se fizer isso durante a competição do ano que vem no Brasil, mesmo que não ganhe, ficarei satisfeito. Todos sabem que, ao contrário da juventude de hoje, que não sabe o que é futebol de verdade, prefiro perder jogando bonito, como a Seleção de 1982, a ganhar jogando feio. Nós ficamos 49 anos sem ganhar a Copa América, e isso nunca foi fator determinante para a manutenção ou queda de um treinador. Continuo com minha velha máxima de que os técnicos gaúchos acabaram com o nosso futebol. A maioria deles trocou a arte, o toque e genialidade por “pega, mata a jogada, dá porrada”.

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