Quanto mais, melhor? Nem sempre. No segmento de restauração capilar, alguns profissionais têm feito propagandas que associam maiores quantidades de folículos capilares (área que inclui um fio de cabelo e sua raiz) a um transplante capilar de maior qualidade: "Parece que é uma grande competição. Vemos nomes como ‘mega sessões’ e ‘gigas sessões'. Porém, o que ocorre é que existe uma corrida para tentar captar pacientes”, afirma o médico Henrique Radwanski, presidente da Associação Brasileira de Cirurgia de Restauração Capilar (ABCRC).





O perigo desse tipo de prática está na possibilidade de desrespeitar os limites de cada região capilar, o que pode prejudicar o paciente em outras etapas do tratamento: "Deparamos com pacientes que chegam na consulta já tendo feito uma cirurgia prévia, em uma dessas clínicas de ‘mega sessões’, com a área doadora depletada. Ou seja, não tem mais folículos para serem retirados e transplantados. Essa é uma situação muito preocupante, porque o paciente precisa fazer mais uma etapa e não tem mais de onde tirar unidades foliculares”, acrescenta Henrique Radwanski

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Consequentemente, com a área doadora depletada, a região fica sem cobertura e pode deixar o transplante com aspecto irregular. 

Entendendo os folículos capilares

Segundo a ABCRC, enxerto capilar é um termo que pode ser entendido como “oferta limitada ou decrescente de unidades foliculares que podem ser retiradas da área doadora”. Porém, à medida que a calvície se desenvolve, a demanda por novos fios pode aumentar.

Já o “folículo capilar” funciona como uma “bolsa” localizada na hipoderme e a raiz dos fios está em seu interior. Estima-se que existam cerca de 5 milhões de folículos capilares em todo o corpo. Mas, embora pareça um número elevado, essa quantidade é relativamente pequena quando se leva em consideração que eles só estão ausentes nas palmas das mãos e nas solas dos 
pés.




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Dessa forma, para preservar os poucos folículos capilares do corpo, a restauração capilar deve ser feita respeitando a quantidade de enxertos.

Quais fatores devem ser considerados? 

Para saber quantos enxertos capilares serão necessários em um procedimento, seis fatores devem ser considerados:
  1. Área calva a ser coberta
  2. Características dos fios
  3. Disponibilidade e qualidade dos folículos capilares
  4. Planejamento do design capilar
  5. Técnica a ser utilizada
  6. Objetivo do paciente
“Clínicas que prometem tirar tudo que for possível da área doadora estão fazendo um desserviço ao paciente. O correto é sentar com seu médico e fazer um planejamento para entender quantas unidades foliculares são necessárias para uma boa cobertura na área de alopecia”, reforça Henrique Radwanski.

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