Em alta no Brasil, a mão-pé-boca é uma doença contagiosa causada pelo vírus coxsackie da família dos enterovírus. O nome da doença se dá justamente por conta das lesões que aparecem principalmente nas regiões das mãos, pés e na boca. Apesar de acometer também adultos, ela é mais frequente em bebês e crianças com até 5 anos. A síndrome pode se resolver sozinha em até 15 dias, mas é preciso tratar os sintomas, pois além do contágio, eles podem evoluir causando um quadro mais grave.





O risco de contágio ocorre durante a primeira semana de doença, por isso, de acordo com a odontopediatra Ilana Marques, da Clínica IGM, é importante resguardar a pessoa infectada em casa, afastando a da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas — o que ocorre em até 10 dias após início dos sinais.

“Por isso é muito importante perceber quando a criança não está muito bem, para não baixar ainda mais a imunidade e também evitar o contágio de outras crianças. Então no caso de qualquer suspeita, evitar sair de casa e evitar o contato com outras crianças, seja nas escolas, creches, parquinhos e clubes”, relata a médica. 
 
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A especialista ainda explica que a síndrome pode ser confundida com aftas, que frequente aparecem na cavidade oral, por isso é válido procurar um especialista para que se tenha o diagnóstico e inicie o tratamento adequado. “É uma doença contagiosa e que causa muita dor nos pequenos. Os pais devem ficar em alerta caso a criança ou o bebê apresente os sintomas", diz. 




Surtos da doença

A mãe-pé-boca não é uma doença de notificação compulsória, por isso, segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, não há registro do número de casos na capital federal.

No entanto, é frequente o relato de surtos em creches ou escolas, como no caso da pequena Luma Coelho, de 1 ano e 9 meses. A mãe dela, Sara Coelho, percebeu feridas embaixo da boca da filha no dia 18 de abril. No entanto, como Luma estava usando antibióticos para tratar um caso de secreção no pulmão, Sara desconfiou que podia ser uma reação alérgica ao remédio.

"A médica falou que poderia ser mão-pé-boca, mas que era preciso esperar mais alguns sintomas para poder ter certeza. Durante a noite, a Luma começou a ter muita coceira no corpo, porque apareceram marcas vermelhas na mão, na sola do pé, cotovelo e algumas partes da coxa", conta a mãe.




 
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Para o tratamento, Luma teve que ser mantida hidratada e evitou banhos quentes. Assim como na maioria dos casos, ela passou por descamação da pele e perda de unha, o que pode ocorrer entre duas e três semanas após os primeiros sintomas, quando o paciente já está com o quadro estável. Após isso, a pele é restaurada sem qualquer cicatriz ou sequela.

Sintomas 

  • Febre e mal-estar (febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões);
  • Vômitos e diarreia;
  • Aparecimento  de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas na boca, amígdalas e faringe;
  • Bolhas vermelhas na boca, língua, pés, mãos, braços e pernas;
  • Também pode afetar a região genital;
  • Falta de apetite;
  • Erupção de pequenas vesículas, em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés e, ocasionalmente, nas nádegas e na região genital – geralmente as vesículas da doença típica são benignas e de curta duração.

Tratamento

Por conta dos fortes sintomas causados pela síndrome, a alimentação e hidratação fica difícil, podendo fazer com que o quadro possa ficar mais complicado, precisando de internação e do uso de antibióticos. 





Por isso, um dos pontos de maior atenção é tentar manter a hidratação do paciente, mesmo que difícil. Outra recomenda é não tomar banhos quentes. Para a odontopediatra Ilana Marques, a laserterapia pode ser uma saída para ajudar na melhora e no alívio das dores. "A laserterapia pode ajudar no tratamento e evitar complicações. As erupções são bem dolorosas e por isso as crianças sofrem para engolir o alimento. Em casos mais graves, nem líquido as crianças conseguem ingerir”, alerta a especialista.

Ela ainda ressalta sobre a terapia fotodinâmica (PDT) que pode ajudar como apoio para o tratamento. “O laser é um método seguro, rápido, indolor e capaz de amenizar a dor e diminuir o tempo do ciclo da doença. Logo após a primeira sessão já se nota uma melhora na criança, isso permite que ela volte a se alimentar bem”, explica a odontopediatra.

Prevenção

  • Lavar as mãos antes de tocar em partes sensíveis, como os olhos, boca e nariz;
  • Limpar com frequência os objetos usados frequentemente, como brinquedos, trocador, banheiras e outros;
  • Evitar contato com pessoas infectadas;
  • Higienização das mãos e objetos pessoais;
  • Higienização dos alimentos antes do consumo.
 
*Estagiária sob supervisão Pedro Grigori

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