Na última terça-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou uma reunião de urgência para tratar do surto do vírus de Marburg, da mesma família do Ebola. A Guiné Equatorial confirmou seu primeiro surto do vírus e informou na segunda-feira, 13, nove mortes confirmadas e 16 casos suspeitos.





De acordo com o médico infectologista e presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Carlos Magno Fortaleza, esse vírus determina as febres hemorrágicas, muito semelhante à doença causada pelo Ebola: "É uma síndrome com febre, dor no corpo, sangramentos generalizados e com falência, ou seja, parada do funcionamento dos rins, fígado e pulmões". 

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A doença leva rapidamente à morte, sendo a letalidade por volta de 50%. Ele se transmite, principalmente, por contato, se tocar nas secreções de pessoas doentes e levar as mãos aos olhos, boca e nariz, por exemplo.



Em algumas situações ele pode ser transmitido por ar. No entanto, justamente o fato de que grande parte das pessoas morrem ou que elas ficam muito doentes, é algo que limita muito a transmissibilidade do vírus, pois os indivíduos ficam rapidamente muito doentes e acamados e se deslocam menos. 

Epidemia do Ebola

A forma de prevenção é identificar o caso e mantê-lo em isolamento apropriado. “Como o Ebola, Marburg não tem tendência à disseminação tão rápida, mas, surpreendentemente, a epidemia que vimos há cinco anos de Ebola determinou um número grande de pessoas doentes e mortes, e por isso, o Marburg chama a atenção”, comenta Fortaleza.  

Na situação grave que nós vimos do Ebola, os casos ficaram praticamente restritos a alguns países da África. Houve pouquíssimos casos nos Estados Unidos, porque entrou uma pessoa doente, mas o que vimos é que não teve uma tendência de se transmitir para fora da África.

"O Marburg tem muitas semelhanças com o Ebola, por isso nós não esperamos que ele se transmita com facilidade para fora da África. É claro que muitas ações têm que ser feitas para conter o surto onde ele está ocorrendo, mas algo mais global, como fechar aeroportos, como aconteceu com a COVID-19, não é esperado, até porque tivemos uma epidemia de Ebola maior e isso não foi necessário”, encerra o infectologista.

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