A compositora e cantora Rita de Cássia, 50 anos, que ficou famosa por ser a autora de clássicos do forró como “Meu Vaqueiro, Meu Peão” e “Saga de Um Vaqueiro”, morreu na noite de terça-feira (3/1), em Fortaleza (CE). Ela estava internada em uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) e lutava contra o diagnóstico de fibrose pulmonar.





 

Rita de Cássia é considerada "a maior compositora de forró do Brasil”,  por ter mais de 500 composições sem parcerias, e muitas delas gravadas por vários interpretes e bandas de sucesso em todo o país, como Amelinha, Frank Aguiar, Aviões do Forró e Mastruz com Leite.  

 

O médico Luiz Fernando Ferreira Pereira, pneumologista do Grupo Oncoclínicas Belo Horizonte e coordenador do Ambulatório de Asma Grave e de Cessação do Tabagismo do Hospital das Clínicas - UFMG, explica que as doenças pulmonares intersticiais acometem os tecidos em volta dos brônquios. Essas doenças podem progredir com fibrose pulmonar. "A fibrose é como uma cicatrização anormal dos tecidos pulmonares, tornando os mesmos mais rígidos e dificultando a troca de oxigênio".
 

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De acordo com Luiz Fernando Ferreira Pereira, as principais causas de fibrose são: "Pneumonia de hipersensibilidade, que não é causada por infecções, e sim por exposições, com destaque para fungos e aves. As doenças autoimunes. A idiopática, ou seja, sem causa e com características tomográficas bem definidas, é conhecida como pneumonia intersticial usual ou PIU. Este é um dos tipos mais graves e progressivos de fibrose. E a sarcoidose, que acomete os pulmões e muitos outros órgãos".

 

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O pneumologista destaca ainda que "alguns medicamentos e poeiras de metais também podem causar fibrose. Existe forte influência da genética em alguns casos – fibrose familiar". 



Luiz Fernando Ferreira Pereira, pneumologista do Grupo Oncoclínicas Belo Horizonte, diz que

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

 

Luiz Fernando Ferreira Pereira alerta que os sintomas mais comuns da fibrose pulmonar são a falta de ar progressiva e a tosse sem secreção.

 

Fibrose pulmonar: tem cura?

 

O médico pneumologista avisa que, embora alguns pacientes diagnosticados com fibrose pulmonar possam se curar, "o mais comum e a maior meta do tratamento é não deixar a doença progredir para insuficiência respiratória e morte".

 

Luiz Fernando explica que o tratamento da fibrose pulmonar dependerá da causa. "Os pacientes com fibrose progressiva se beneficiam com o uso de medicamentos antifibróticos. São medicamentos de alto custo, que geralmente são judicializados para liberação pelo governo". 

 

O cuidado com a saúde é primordial. O médico destaca que "os pacientes com doença mais grave precisam se consultar com pneumologistas experientes ou nos centros especializados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como no Hospital das Clínicas". 

 

 

 

 

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