Jornal Estado de Minas

COVID-19

Hipolabor atuará para viabilizar e comercializar vacina brasileira da COVID

A Hipolabor, fabricante de genéricos injetáveis, integra a equipe de desenvolvimento da Spintec, primeiro imunizante desenvolvido com tecnologia e insumos totalmente nacionais. O projeto é coordenado pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a 
Fundação Ezequiel Dias (Funed).






A Hipolabor vai atuar para viabilizar a comercialização do imunizante, prevista para 2024. A indústria mineira dará suporte aos ensaios clínicos, especialmente da fase 3, que deverá ser encerrada até o primeiro semestre de 2024 e vai envolver mais de 4 mil voluntários de várias partes do Brasil.

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"É um processo inovador, que quebra barreiras. A tecnologia e a informação fazem parte da nossa trajetória. Estamos muito orgulhosos em fazer parte desse projeto", avalia o presidente da Hipolabor, Renato Alves.

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Parceria público-privada

O imunizante abre portas para outras vacinas serem produzidas no país. "Esse é o pontapé inicial para destravar a cadeia de produção no Brasil e frear a dependência externa de insumos farmacêuticos", afirma Alves, que destaca a importância da parceria público-privada para a evolução das pesquisas científicas. "Hoje estamos demonstrando o potencial desse trabalho em conjunto, que é de extrema relevância para a saúde pública e para a sociedade. Ciência é investimento estratégico para o desenvolvimento do país", declara.





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Desde novembro de 2020, os esforços foram canalizados para a produção da vacina brasileira. "O que ficou marcado com a pandemia é a falta de autonomia que temos na produção de vacinas. Só foi possível chegarmos a esse marco histórico com o engajamento de todos os envolvidos", comentou o coordenador do projeto e do CTVacinas, Ricardo Gazzinelli, durante evento na Faculdade de Medicina da UFMG no mês passado.

A Hipolabor esteve, desde o início da pandemia, na linha de frente para viabilizar o tratamento da doença no país. A empresa priorizou a produção de medicamentos direcionados ao tratamento de pacientes internados por causa do vírus e dobrou a produção para assegurar o fornecimento dos medicamentos essenciais para a saúde da população. Só em 2020, a Hipolabor produziu 150 milhões de anestésicos usados no tratamento de pacientes internados pela doença.